Irã x Israel: o Brasil pode ser atingido se os países usarem bombas atômicas?
O agravamento do conflito entre Irã e Israel intensificou a preocupação internacional com a possibilidade de uma escalada nuclear
Por Da Redação.
O agravamento do conflito entre Irã e Israel, iniciado em junho deste ano, intensificou a preocupação internacional com a possibilidade de uma escalada nuclear no Oriente Médio. Além do uso de mísseis e drones, há receio de que o confronto envolva armamentos baseados em reações de fissão ou fusão atômica, semelhantes aos que destruíram Hiroshima e Nagasaki, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, provocando centenas de milhares de mortes.
De acordo com a Agência Brasil, a guerra entre os dois países tem como ponto central a posse e o uso de material nuclear na região. Israel acusa o Irã há mais de 30 anos de desenvolver armas atômicas, em violação ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1970 e ratificado por 191 países.
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O Irã, por sua vez, nega qualquer intenção de militarizar seu programa nuclear. Segundo o governo iraniano, os investimentos têm finalidade exclusivamente civil, com foco na geração de energia elétrica. O país também afirma ter submetido suas instalações a diversas inspeções internacionais.
A tensão aumentou no dia 12 de junho, quando o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) notificou o Irã por falta de cooperação com os inspetores. Em resposta, o governo iraniano anunciou a construção de uma terceira instalação de enriquecimento de urânio, com previsão de ativação em breve, como informa a revista Galileu.
Nos últimos dias, os dois países protagonizaram novas ofensivas militares e intensificaram a troca de ameaças.
Riscos para o Brasil
Mas... e o Brasil no meio disso tudo? Ao portal Terra, Claudio Schön, pesquisador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o território brasileiro dificilmente seria afetado por explosões nucleares no Oriente Médio.
“Uma explosão nuclear acontecendo no Norte não vai provocar efeito no Sul”, explicou o especialista. “Países do Hemisfério Norte já fizeram inúmeros testes atômicos, inclusive ao ar livre, e nunca houve qualquer tipo de problema por aqui”.
Segundo Schön, para que o Brasil sofresse algum impacto direto, a explosão teria que ocorrer no território nacional ou em uma região muito próxima, como o oeste da África. No entanto, o pesquisador considera essa hipótese improvável, dado o baixo poderio nuclear dos países africanos.
Posição do governo brasileiro
Em nota divulgada no dia 13 de junho, o Ministério das Relações Exteriores condenou a ofensiva aérea de Israel contra o Irã. Segundo o Itamaraty, os “ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial”.
Em novo comunicado, na segunda-feira (16), o governo brasileiro informou que “acompanha com atenção a situação de seus nacionais que se encontram em Israel, incluídos, além de binacionais e turistas”. A pasta destacou que, com o apoio das autoridades israelenses, a Embaixada do Brasil tem realizado missões de repatriação.
A Embaixada em Tel Aviv orientou os brasileiros em Israel a seguir rigorosamente as instruções do “Home Front Command” israelense e a permanecer próximos de abrigos fortificados. “Sempre que sirenes ou alertas forem disparados, deve-se dirigir imediatamente a um bunker”, alertou a representação diplomática.
Capacidade militar dos países
A real capacidade nuclear do Irã permanece incerta, já que as autoridades globais não têm acesso total aos dados do país. Segundo o jornal O Globo, o Irã possui atualmente 9.247,6 kg de urânio enriquecido – cerca de 45 vezes acima do limite permitido.
Estima-se que 408,6 kg desse total estejam enriquecidos a níveis que permitiriam a fabricação de aproximadamente nove bombas atômicas.
Israel, por sua vez, mantém uma política de ambiguidade nuclear. De acordo com a Associação para o Controle de Armas, o país teria cerca de 90 ogivas ativas em um arsenal não oficialmente reconhecido, além de material suficiente para produzir outras 200 bombas.
Ainda segundo O Globo, documentos sigilosos e relatos de dissidentes indicam que Israel conta com uma tríade nuclear, com capacidade de ataque por mísseis balísticos, submarinos e aeronaves de combate.
Diante da falta de confirmações oficiais, analistas apontam que ambos os países podem dispor de arsenais nucleares. As possíveis localizações dessas armas têm sido alvo prioritário nas recentes ofensivas.
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