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Saiba como é a vida de um motorista de trio durante o Carnaval de Salvador

Saiba como é a vida de um motorista de trio durante o Carnaval de Salvador

Por Da Redação

Saiba como é a vida de um motorista de trio durante o Carnaval de SalvadorAratu online

Já pensou em percorrer 4,5 quilômetros em 10hs , com velocidade máxima de 10km/h? Não, isso não é o trânsito de Salvador em um dia caótico… esta é realidade do sergipano Tony Eric durante o Carnaval na capital baiana. Da boleia decorada com a foto da esposa e a imagem de Nossa Senhora Aparecida, garrafas d?água pelo chão, Tony observa a distância entre a traseira de seu imenso Volskwagen e a corda de isolamento que o separa dos foliões.


Passava das 11h da manhã desta segunda-feira (4/3) e ele estava diante de seu principal desafio: manobrar, com a destreza e precisão de um regente de bloco, o trio elétrico da banda “Lincon e Duas Medidas”.  “O interessante mesmo é a diversão, né? Vê o povo todo se divertindo. Mas a dificuldade mesmo é quando tem muita gente, aquela muvuca toda e agente tem que ter aquela atenção absurda”,


É incontável o número de vezes em que ele usa a embreagem do veículo. Ponto-morto, primeira. Ponto-morto, primeira. Ponto-morto, primeira…”Não passo além da primeira-marcha do caminhão”, detalha sobre à rotina interna dentro do veículo, que pesa, em média, 57 toneladas.


VÍDEO:



Segundo Tony, o momento mais preocupante do trajeto é a subida da ‘ladeira do Cristo’, no circuito Dodô (Barra/Ondina). “É uma subidinha meia pesada e aquela muvuca ali na frente. Pra subir tem que ter aquela molejo, senão pode descer um pouco. Então é atenção redobrada nessa regiao”, conta Tony, que tem ajuda de uma equipe externa. Esta, por sua vez, fica em cima do trio e orienta por rádio comunicador o melhor caminho do percurso, que é feito, em média, em 10 horas.


DESCANSO


O trabalho ? entre curvas, arrancadas e freadas ?, tem seus momentos de refresco. De sua cabine com ar condicionado, Tony assiste ao movimento das dançarinas e se estica para ver até onde vai o interminável espreme-espreme de foliões. “Às vezes dá, nem sempre, mas dá”. E ele faz isso com a maior paciência e prazer do mundo. Com seu olhar sereno, uma camiseta leve, shorts e chinelo, Tony dirige o trio há 5 anos e adora!


“Tenho que beber muita água, é um calor retado. Meio dia , um almoço… à tarde, um lanche. E, à noite , janta”. Um detalhe: a janta, por sua vez, só ‘rola, quando acaba o percurso. “Não tem como jantar com essa agonia”. ?Sou apaixonado pelo Carnaval, mas é bem melhor curtir daqui?, brinca Tony, que já está distante da família, que mora em Aracaju, há mais de 20 dias.


A distância, porém, só é física. Afinal, a esposa o acompanha em todo momento. “Essa foto aqui na boleia no caminhão ameniza a distância”, revela o motorista, que é devoto da nossa Senhora Aparecida, presente, também,   durante o trabalho.


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