Já ouviu falar em fotobiomodulação? É uma estratégia não farmacológica de tratamento da dor
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A fotobiomodulação ou terapia a laser de baixa frequência é uma medida não farmacológica que contribui para o controle da dor. Trata-se de uma terapia de luz de baixa intensidade que desencadeia mudanças bioquímicas no interior das células, com redução da inflamação e do edema e consequente analgesia.
Há uma longa história da utilização da fotobiomodulação em clínicas médicas, odontológicas e de fisioterapia, com fortes evidências científicas básicas que apoiam o seu uso como terapia complementar no tratamento da dor. Tem poucos efeitos colaterais e é bem tolerada por pacientes de diferentes idades, inclusive por crianças, fatos que têm contribuído para uma crescente utilização desta técnica no tratamento da dor.
Sabe-se que o laser é um dispositivo que gera luz por meio de um processo de amplificação óptica baseado na emissão de radiação eletromagnética, sendo classificado em função do perigo potencial que a radiação representa para os olhos. A fotobiomodulação, por estar associada a emissão de feixe divergente, não focalizado ou colimado, está relacionada a menor risco de lesão ocular.
Em verdade, a fotobiomodulação envolve a aplicação de luz de potência variável (10mW-500mW), com um comprimento de onda na região do infravermelho, a qual apresenta a capacidade de penetrar na pele e nos tecidos. Estudos demonstram que o resultado da aplicação da fotobiomodulação a uma lesão ou local dolorido por 30-60 segundos, algumas vezes por semana, durante várias semanas produz não apenas redução da inflamação e da dor, mas também regeneração tecidual de diferentes estruturas, tais como pele, nervos, tendões, cartilagens e ossos. Esta observação reforça o pensamento de que condições patológicas causadoras de dor aguda ou crônica possam ser tratadas através da aplicação da fotobiomodulação.
A classificação da dor em aguda ou crônica representa uma diferenciação baseada na duração do sintoma dor, sendo a dor aguda aquela que tem duração inferior a três meses e dor crônica aquela que perdura além deste período. A dor aguda, apesar de ser considerada um sinal de alerta diante de alguma ameaça, deve sempre ser tratada. Geralmente está associada a uma melhor resposta ao tratamento, quando comparada a dor crônica. Esta, muitas vezes, é considerada a própria doença, o que implica na necessidade de utilização de abordagens multimodais no seu controle. A associação de técnicas farmacológicas e não farmacológicas como a fotobiomodulação, neste contexto, torna-se interessante.
Dentre as condições agudas passíveis de serem tratadas através da fotobiomodulação, destacam-se os processos odontológicos e algumas doenças ortopédicas, como tendinopatia, entorses, dor aguda pós-operatória, torcicolo e dor lombar ou cervical com componente de irradiação. Quanto aos pacientes com dor crônica, sabe-se que estes também podem ter a sua dor aliviada através da fotobiomodulação, principalmente aqueles portadores de artrite reumatoide, capsulite adesiva, epicondilite, fasceite plantar, síndrome do túnel do carpo e fibromialgia.
É importante lembrar que algumas condições de dor neuropática, dor causada pela lesão ou disfunção do sistema somatossensitivo, a qual é responsável pela percepção de sensações como tato, temperatura e dor, também são passiveis de tratamento pela fotobiomodulação. Estas situações geralmente estão atreladas a dor de forte intensidade e grande comprometimento da qualidade de vida do paciente, sendo representadas pela neuralgia do trigêmeo, a neuralgia pós-herpética e a neuropatia diabética.
O local de aplicação da fotobiomodulação é variável e depende do objetivo a ser alcançado. Qualquer que seja a indicação, é fundamental lembrar que a fotobiomudulação é uma técnica segura, mas não é isenta de riscos. Assim, é fundamental que a sua aplicação seja realizada por profissional devidamente habilitado.
*Este material não reflete, necessariamente, a opinião do Aratu On.