Emissões de gases devem cair até 80% em 2050 graças a avanços na pecuária

O estudo da FGV, em parceria com a Abiec mostrou que as emissões de gases devem cair até 80% graças aos avanços na pecuária brasileira

Por Lucas Pereira.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), mostrou que a emissão de gases do efeito estufa devem cair até 80% em 2050, graças aos avanços na pecuária moderna. Os dados foram apresentados nesta quarta-fera, durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), realizada em Belém (PA).

O estudo da FGV, em parceria com a Abiec mostrou que as emissões de gases devem cair até 80% graças aos avanços na pecuária brasileira. Foto: Ilustrativa/Freepik

A pesquisa, intitulada “Trajetórias de Descarbonização da Pecuária de Corte no Brasil – 2025 a 2050”, analisou diferentes cenários de mitigação climática para o setor e concluiu que a intensificação sustentável, tendo como foco a produtividade, controle territorial e adoção de tecnologias de baixa emissão, é o principal vetor para redução nos impactos ambientais da produção de carne bovina no país.

Conforme detalhamento do relatório, mesmo com a manutenção da produção em alta, a intensidade de emissões (quantidade de gases emitidos por tonelada de carne produzida) deve cair de 80 tCO₂e/t carcaça em 2023 para 16,1 tCO₂e/t carcaça em 2050, o que representa uma queda de 79,9%. 

O estudo também prevê uma queda de 35% na área total de pastagens e de 15% no tamanho do rebanho, com manutenção da produção anual de cerca de 18 milhões de toneladas de carcaça. Isso será possível graças ao aumento da lotação média (de 1,03 para 1,72 cabeça por hectare) e do peso médio das carcaças (de 232 kg para 277 kg).

De acordo com os pesquisadores da FGV Agro, as trajetórias de mitigação indicam que a pecuária de corte brasileira pode atingir a neutralidade em emissões de uso da terra (LUC) até 2050, consolidando o país como referência global em produção de carne de baixo carbono.

“A intensificação sustentável transforma a pecuária em parte da solução climática, não do problema. O desafio agora é acelerar a adoção das tecnologias e ampliar os mecanismos de incentivo”, destaca o relatório.

COP30 em Belém

Durante seu discurso de abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou países e autoridades a avançarem nas ações climáticas, alertando para o risco de o Acordo de Paris não ser cumprido. O presidente também destacou a importância do combate ao racismo ambiental, tema da declaração assinada pelo Brasil durante a Cúpula de Líderes.

Iniciada nesta segunda-feira (10), em Belém, a COP30 contou com a presença das autoridades baianas. Jerônimo Rodrigues e Bruno Reis participam da solenidade, inclusive com presença do petista já na abertura.

Durante os encontros, Jerônimo Rodrigues destacou a urgência de acelerar medidas de enfrentamento às mudanças climáticas. O prefeito Bruno Reis chegou a Belém nesta terça-feira (11), para agenda de encontros voltados para a temática.

As emissões de gases devem cair até 80% em 2025, segundo estudo. Foto: Agência Brasil

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