Margareth defende valorização do samba-reggae como base da música baiana

A ministra Margareth Menezes pontuou que ainda há uma carência de pesquisas aprofundadas sobre as especificidades do samba-reggae e a identidade rítmica de cada bloco afro

Por , Lucas Pereira.e Juana Castro.

Durante o evento de lançamento do Trio da Cultura, que desfilará no Carnaval de Salvador no sábado de Carnaval (1), no circuito Barra-Ondina, a cantora e ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância do samba-reggae para a música baiana e sua influência no axé music, que completa 40 anos em 2025.


A cantora e ministra da cultura Margareth Menezes, durante anúncio do trio da cultura. Foto: Instagram/triodacultura

A cantora e ministra da cultura Margareth Menezes, durante anúncio do trio da cultura. Foto: Instagram/triodacultura




Ao ser questionada pelo Aratu On sobre formas de valorizar o gênero precursor do axé, Margareth ressaltou a necessidade de maior conhecimento e estudo sobre a musicalidade dos blocos afro.


“Olha, eu acho que o que nós podemos fazer é buscar conhecer, né? Você chega ali no Ilê Aiyê, para apreciar aquela música, aquela banda, você vai ver ali várias levadas diferentes, várias melodias diferentes. E quando você vai no Olodum, você vai ver com a mesma raiz, que é a percussão e voz, mas com outras tendências, outras levadas. É uma riqueza muito grande.”


A ministra pontuou que ainda há uma carência de pesquisas aprofundadas sobre as especificidades do samba-reggae e a identidade rítmica de cada bloco afro.


“Eu acho que ainda não existe um estudo para falar sobre isso, essas claves todas e a peculiaridade de estilo de cada. De cada bateria, de cada orquestra de tambores de bloco afro, o conhecimento desses maestros. Então, o que a gente pensa é que aquele efeito daqueles vários instrumentos de percussão acontece… existe ali uma arrumação naquela maneira de tocar qual instrumento toca o quê.”


Comparando a organização percussiva dos blocos afro com as escolas de samba do Rio de Janeiro, Margareth reforçou a necessidade de reconhecimento e aprendizado com os mestres da percussão.


“Igual às escolas de samba do Rio de Janeiro, cada uma tem uma identidade percussiva. Aqui também é a mesma coisa. Eu acho que a gente tem que agora começar também a voltar para eles, dar atenção a isso, ouvir, aprender. É o grande aprender com os que vieram na frente, aprender com os que têm esse conhecimento e trazer isso para a nossa música pop.”


A cantora destacou ainda que essa fusão entre ritmos afro-brasileiros e outros gêneros foi essencial para a criação do axé e deve continuar sendo explorada.


“É o que a nossa geração fez, de uma maneira muito inocente, mas foi feito isso aí. Ter até no forró esses cruzamentos, não ter não é um feliz. Cruzamento de clave, essa riqueza da nossa cultura afro-brasileira que cruzou as fronteiras, fez a música baiana atravessar fronteiras.”


O Trio da Cultura, promovido pelo Ministério da Cultura, desfilará no Carnaval de Salvador com a proposta de celebrar a diversidade musical e a influência do samba-reggae na identidade sonora da Bahia.


Margareth Menezes falou sobre a importância do samba-reggae na essência da musicalidade baiana.Foto: Juana Castro/Aratu On

Margareth Menezes falou sobre a importância do samba-reggae na essência da musicalidade baiana.Foto: Juana Castro/Aratu On



Siga a gente no InstaFacebookBluesky e X. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).

Comentários

Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Aratu On.

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.