Professor lança livro de memórias sobre o período da ditadura militar
Professor lança livro de memórias sobre o período da ditadura militar
Todo mundo conhece alguém que tem histórias da ditadura militar para contar. Se você não conhece, o economista e professor universitário aposentado, Paulo Pontes, relata em seu livro, “Memórias da Resistência”, tudo que viveu durante o período que se tornou preso político. O lançamento da obra acontece na próxima terça-feira (25/9), a partir das 17h, na Reitoria da Ufba, com entrada gratuita.
Paulo é natural de Pernambuco, onde teve seu primeiro contato com a militância no Movimento Estudantil. No período de crescimento do Terror de Estado, que fez o uso institucional da tortura, atuou em Recife, Natal e fixou-se em Salvador, onde foi preso em 1970, junto com Theodomiro Romeiro dos Santos, o primeiro preso político brasileiro oficialmente condenado à morte no país. Ele participou, também, da construção do Partido dos Trabalhadores na Bahia.
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Histórias como essa, além de avaliações sobre o cenário político atual, são contadas por Paulo nas mais de 400 páginas da obra. “Um amigo historiador sempre me estimulou a contar essas histórias e eu fui adiando, mas aí me aposentei e não tinha mais qualquer ocupação, então esse tempo vago se tornou o momento ideal para eu escrever, já tinha dado tantos depoimentos sobre, foi quando decidi começar”, contou ao Aratu Online.
O professor se considera uma pessoa “comum que viveu conjunturas extraordinárias” e, por isso, conta na autobiografia todos os episódios que vivenciou no período histórico que o fez se tornar “pontualmente famoso”. “No livro eu conto todas as tensões que vivi nesse período e que me fizeram, em muitos momentos, parecer que eu era alguém famoso, quando na verdade foi um período complicado de tortura e terror. Além disso assumo o que fiz de certo e errado na época”.
Paulo revelou, ainda, que passou por muitas dificuldades até conseguir lançar o livro. Por falta de dinheiro, alguns amigos compraram exemplares adiantados, o que possibilitou a impressão da obra. “Não tenho apoio de nenhuma empresa, do governo e muito menos de partidos. Tem muita história de dificuldades por trás do livro, mas finalmente eu vou conseguir lançar”.
Para o lançamento, Paulo espera que a divulgação espontânea seja alta e que os soteropolitanos, em especial, conheçam sua história, já que se considera baiano.
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