"Não houve vazamento", diz presidente do Inep sobre Enem 2025

Manuel Palácios afirma que PF analisou as 900 questões da apostila de Edcley Teixeira e concluiu que não houve vazamento do Enem 2025

Por Júlia Naomi.

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, descartou irregularidades no Enem 2025, durante uma audiência da Comissão de Educação da câmara dos Deputados, na terça-feira (2).

Presidente do Inep defende ausência de irregularidades no Enem 2025. Foto: Zeca Ribeiro / Agência Câmara

“Não houve vazamento, o que houve foi uma tentativa de reprodução de itens memorizados a partir da participação no pré-teste. Ninguém viu a prova do Enem antes de ela ser aplicada, além dos que elaboraram as provas”, garantiu.

O Exame Nacional do Ensino Médio 2025 teve três questões anuladas devido a similaridades entre itens divulgados antecipadamente pelo estudante de medicina Edcley Teixeira, e os que constavam na prova oficial.

As perguntas, presentes no Prêmio CAPES Talento Universitário, que serve como um pré-teste de itens do Enem, teriam sido memorizadas por participantes e enviadas a Edcley, mediante o pagamento de R$ 10,00 por item, segundo apuração do G1. Ele utilizava o material para compor apostilas de uma "mentoria" pré-Enem.

Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa de Edcley Teixeira, em deflagração da Operação Profeta. Foto: Divulgação / PF

De acordo com Palácios, a investigação da Polícia Federal analisou as 900 questões presentes do curso preparatório e concluiu que não houve vazamento.

"Ficou evidente que não havia nenhum vazamento do Enem. O que havia naquelas 900 questões, que certamente aquele jovem [Edcley Teixeira] usava para as sessões de treinamento, não trazia nenhum problema técnico para o Enem. Qual foi a decisão que tomamos? Dizer que não havia qualquer risco para o Enem, que continuávamos em condições de produzir resultados confiáveis, precisos e justos”, explicou.

O deputado Maurício Carvalho (União-RO), presidente da Comissão de Educação, argumentou que divulgação antecipada de itens semelhantes aos do Enem 2025 poderia comprometer a credibilidade da avaliação, que é a principal forma de acesso ao ensino superior no Brasil.

Maurício Carvalho (União-RO), presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Foto Zeca Ribeiro Câmara Dos Deputados

“O que está em jogo aqui é a lisura do processo e a confiança pública na maior avaliação educacional do país, diante das alegações de que pelo menos oito questões (podendo chegar a 11) teriam sido antecipadas em matéria de cursos preparatórios. A pergunta que o Brasil faz é direta: como garantiram um exame justo e a validade do Enem em 2025, quando há forte indício de quebra de isonomia?”

O parlamentar também questionou a anulação de apenas três questões da prova, ao que  Palácios respondeu que assim que soube da mobilização em torno das questões, reuniu especialistas das áreas de conhecimento envolvidas, assim como da Polícia Federal, para acionar uma investigação. Ele explica que "a anulação foi uma ação preventiva para proteger o Enem, em uma situação em que a nossa investigação ainda não tinha iniciado". 

Além disso, o presidente do Inep defende que o número de questões aplicadas é superior ao necessário para avaliar o conhecimento adquirido pelo estudante ao longo da trajetória escolar, de modo que a anulação de um número pequeno de itens não comprometeria o resultado geral.

Palácios ainda explicou que o Enem 2025 teve questões avaliadas em dez pré-testes, realizados entre 2013 e 2024. Segundo o especialista, cada pré-teste utiliza 800 questões, das quais cada participante responde 80, divididas igualmente entre as áreas de linguagens, ciências humanas, ciências da natureza e matemática.

Leia também: Saiba quais questões foram anuladas no Enem 2025

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