Jerônimo decreta luto oficial de 3 dias pela morte de Mãe Carmen do Gantois

A Bahia entrou em luto oficial de três dias pela morte de Mãe Carmen do Gantois. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE) nesta sexta-feira (26), por determinação do governador Jerônimo Rodrigues.

Mãe Carmen do Gantois, ialorixá do tradicional Terreiro do Gantois, em Salvador, morreu aos 98 anos nas primeiras horas desta sexta-feira (26). Ela estava internada há duas semanas para tratar uma gripe.

Filha mais nova de Mãe Menininha do Gantois, Mãe Carmen do Gantois era uma das principais referências das religiões de matriz africana na Bahia, com atuação reconhecida na preservação do candomblé e da cultura afro-brasileira.

Nas redes sociais, Jerônimo Rodrigues manifestou pesar e solidariedade aos familiares, amigos, filhas e filhos de santo e a toda a comunidade religiosa. “Sua condução do Terreiro do Gantois, um dos mais tradicionais do nosso estado, representa um pilar para o fortalecimento das religiosidades de matriz africana”, afirmou o governador.

O enterro do corpo de Mãe Carmen do Gantois está marcado para este sábado (27), em Salvador. A cerimônia fúnebre ocorrerá às 11h30, no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Brotas.

O corpo de Mãe Carmen do Gantois chegou à sede do Terreiro do Gantois pouco antes das 11h desta sexta-feira (26). No local, estão sendo realizados os rituais tradicionais de despedida, conforme os fundamentos do Candomblé.

História de Mãe Carmen do Gantois

Iniciada ainda na infância, Mãe Carmen do Gantois foi preparada nos fundamentos, ritos e saberes do Candomblé, tornando-se herdeira direta de uma das linhagens mais respeitadas da religião no país.

Desde 2002, Mãe Carmen do Gantois estava à frente do Ilê Ìyá Omi Àṣẹ Ìyámase, onde permaneceu por 23 anos. Durante esse período, destacou-se pela condução firme e acolhedora da casa, pela preservação das tradições ancestrais e pelo cuidado com a comunidade.

A liderança de Mãe Carmen do Gantois foi marcada pelo respeito aos Orixás, pela valorização da memória religiosa e pelo diálogo com a sociedade.

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Além da atuação religiosa, Mãe Carmen do Gantois também teve trajetória profissional fora do terreiro. Ela foi funcionária pública aposentada do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), onde atuou antes de se dedicar integralmente à vida espiritual.