Entenda como identificar se um vídeo é feito por IA ou não
Entenda como diferenciar vídeos reais de vídeos feitos por inteligência artificial (IA)
Por Rosana Bomfim.
Nos últimos seis meses, os geradores de vídeo criados por inteligência artificial (IA) evoluíram numa velocidade impressionante. A tecnologia, antes limitada a imagens estáticas ou vídeos claramente artificiais, agora produz conteúdos tão convincentes que abala nossa confiança nas câmeras e, consequentemente, na própria noção de “prova visual”. Graças a esses avanços, já é possível visualizar, por exemplo, como seria Salvador em 2095. Mas, afinal, como identificar se um vídeo foi feito por IA ou não?

De acordo com o professor Hany Farid, especialista em Ciências da Computação na Universidade da Califórnia em Berkeley e fundador da empresa GetReal Security, dedicada à detecção de deepfakes, já estamos entrando em uma era em que será cada vez mais difícil distinguir o que é real do que é fabricado digitalmente.
“É um dos primeiros pontos que procuramos”, explica Farid, à BBC, referindo-se à análise de qualidade da imagem como indício de manipulação.
Veja um vídeo reproduzido por IA de uma suposta competição
O primeiro sinal de alerta: baixa qualidade de vídeo de IA
Por enquanto, ainda há pistas que podem ajudar o público a identificar conteúdos falsos. Uma das principais é a qualidade da imagem. Vídeos gerados por IA costumam apresentar resolução baixa, borrões, granulação ou movimentos ligeiramente artificiais, especialmente em áreas de sombra, cabelo e mãos.
Se você assistir a um vídeo com esses sinais especialmente se ele parecer sensacionalista ou inacreditável é bom ligar o seu “desconfiômetro”. Há grandes chances de se tratar de uma criação artificial.
Mas o truque vai durar pouco
A má notícia é que esse tipo de conselho tem prazo de validade. As ferramentas de IA estão melhorando rapidamente e, em breve, até vídeos em altíssima resolução poderão ser completamente falsos.
Ninguém sabe ao certo quando isso vai acontecer — pode ser questão de meses, talvez alguns anos —, mas o rumo é inevitável: a linha entre o real e o fabricado está se apagando.
Até que novas soluções de verificação surjam, o público precisará reaprender a duvidar. Questionar a origem de cada vídeo, checar a fonte, desconfiar de conteúdos que confirmam emoções fortes e evitar o compartilhamento automático se tornará parte essencial da alfabetização digital.
No fim das contas, talvez o verdadeiro desafio do futuro não seja criar vídeos perfeitos com IA, mas reconstruir a confiança no que vemos.
ChatGPT
O ChatGPT foi lançado para transformar o mundo. Além de escrever textos jornalísticos, acadêmicos e até poemas, essa inteligência artificial é capaz de criar roteiros de viagem personalizados, dar dicas de receita e traduzir textos de diversos idiomas - e tudo isso em poucos segundos.
Parece até história de filme de ficção científica, mas, é real: com uma base digital de dados gigantesca, o ChatGPT já é utilizado por alguns veículos de comunicação e até conseguiu passar em uma prova para se tornar médico.
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