Operação deixa dois homens em situação de rua mortos perto do metrô
Além dos dois homens em situação de rua mortos perto do metrô, um terceiro ficou ferido durante operação policial no Rio de Janeiro
Por Ananda Costa.
Dois homens em situação de rua foram mortos e um terceiro ficou ferido na madrugada desta sexta-feira (17) nas proximidades do metrô Rio de Janeiro, cidade onde o líder do Comando Vermelho foi preso. O incidente ocorreu em Irajá, na Zona Norte.
Sobre o caso, circulam duas versões. De acordo com a Polícia Militar, em informações preliminares, os tiros, que ocorreram por volta das 4h, teriam acontecido durante um confronto entre facções criminosas rivais na comunidade da Malvina, vizinha ao local.
No entanto, relatos de testemunhas apontam que os disparos partiram de um veículo em movimento, que teria sido direcionado contra os homens.
A DHC assume as investigações para apurar as causas e responsabilidades pelo incidente.
Facções criminosas em Salvador
Na Bahia, ao menos 14 facções criminosas disputam o controle do tráfico de drogas, da juventude e, principalmente, do território.
A disputa pelo controle das comunidades e das rotas mais estratégicas de Salvador sempre foi de interesse das quadrilhas locais, mas, desde 2018, a capital entrou em um novo estágio de conflito: uma disputa de aliança com facções nacionais como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), organizações com ramificações em todo o país e até em países fronteiriços, como Paraguai, Bolívia, Colômbia e Venezuela.
Entre as facções que mais disputam território em Salvador, as mais proeminentes são o Comando Vermelho (CV) e a quadrilha baiana Bonde do Maluco (BDM), que atualmente se destacam pela crescente influência no poder paralelo da Bahia.
Além delas, a capital abriga outras organizações, como Katiara, Comando da Paz (CP), Ordem e Progresso (OP) e Terceiro Comando Puro (TCP), sem contar facções com atividade reduzida, como a Tropa do A, fruto da transformação da Ordem e Progresso (OP), que marca a chegada do PCC na Bahia.
Apesar de uma infinidade de associações criminosas, elas têm algo em comum. O processo de ramificação entre elas. Hoje, o Comando da Paz, por exemplo, se incorporou ao CV, enquanto o BDM se aliou a carioca, TCP. Já a Katiara, que atuava em Valéria, apesar de atividade solo, também se alinha ao Comando Vermelho.
Entenda como funcionam os símbolos usados por facções criminosas na Bahia
Na Pituba, em Salvador, os riscos associados ao uso de uma marca famosa supostamente chamaram a atenção de comerciantes, que teriam relatado ter recebido advertências ao usar roupas com referências ao grupo, como, por exemplo, peças da marca Adidas. Isto porque os acessórios teriam sido adotados pela facção Bonde do Maluco (BDM), enquanto que, na região, o Comando Vermelho controla o tráfico de drogas, com forte influência na região do Nordeste de Amaralina, que fica próxima ao bairro.
O advogado criminalista Luiz Henrique Requião explica que a adoção de símbolos por facções segue uma lógica semelhante à de grupos históricos e movimentos políticos.
“Facções criminosas se apropriam de elementos da cultura pop, como o gesto ‘tudo 2’ (Comando Vermelho) ou o ‘tudo 3’ (Primeiro Comando da Capital), e os disseminam rapidamente através de redes sociais, clipes de funk e grupos de mensagens. Essa viralização cimenta a nova associação na consciência coletiva de forma muito mais rápida do que em qualquer outro período da história”, observa Requião, ao analisar a questão no âmbito nacional.
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