O que se sabe sobre estudante acusada de ser a 'verdadeira serial killer'

Estudante de Direito apontada como “verdadeira serial killer” é investigada por envenenar quatro pessoas

Por Anna Caroline Santiago.

Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, ou como definiu a Justiça de São Paulo “a verdadeira serial killer”, está sendo investigada por pelo menos quatro homicídios cometidos entre janeiro e maio deste ano.

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O caso que trouxe a estudante de Direito ao centro das atenções foi a morte do empresário Neil Corrêa da Silva, em abril. Segundo a Polícia Civil, Ana Paula teria sido contratada por Michele Paiva de Queiroz, filha da vítima e ex-colega de faculdade da suspeita, para matar o pai por envenenamento.

O que se sabe sobre estudante acusada de ser a 'verdadeira serial killer'.Foto: Reprodução

Embora não tivesse relação direta com o empresário, Ana Paula organizou e executou o crime. A investigação chegou a ela após a análise de uma série de mensagens trocadas com a irmã, nas quais usava o termo “TCC” como código para o assassinato encomendado.

“Já fiz o trabalho pra ela. O TCC foi demorado. Não fica mais de conversinha, não”, escreveu Ana Paula, em uma das conversas interceptadas. Ana Paula admitiu participação na morte de Neil e em outros homicídios, mas tentou confundir os investigadores com informações falsas.

O caso está sob acompanhamento do Núcleo de Análise Comportamental do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que identifica em Ana Paula o perfil de uma serial killer, com padrão de atuação marcado pela manipulação emocional, uso de substâncias tóxicas e execuções por encomenda.

Envenenamento por encomenda

Filha é investigada por mandar matar pai com feijoada envenenada.Foto: Reprodução

Segundo a investigação, Michele Paiva teria financiado a viagem de Ana Paula de Guarulhos (SP) ao Rio de Janeiro para executar o crime. Ana Paula confessou ter sido contratada para matar o empresário e chegou a envenenar 10 cachorros com chumbinho para testar os efeitos da substância antes de aplicá-la na vítima.

Na casa da suspeita, a polícia encontrou terbufós, um agrotóxico semelhante ao chumbinho, porém de efeito mais leve. O delegado Halisson, responsável pelo caso, explicou que Michele usou seus conhecimentos técnicos para calcular a dosagem e o tempo de ação do veneno.

Além da morte de Neil, Ana Paula é investigada por outros três homicídios, com motivações diversas e traços de manipulação psicológica.

As vítimas e a relação com Ana Paula

Marcelo Hari Foseca: Vítima de desentendimentos com a suspeita, que morava nos fundos de seu imóvel e confessou o crime. Após o homicídio, Ana Paula alegou ter tido um relacionamento com ele para permanecer na casa.

Maria Aparecida Rodrigues: Mantinha relação amorosa com Ana Paula, que usou o nome da vítima para cadastrar uma linha telefônica e tentar incriminar outras pessoas.

Hayder Mhazres: Conhecido em um aplicativo de namoro; o crime foi planejado após ele rejeitar uma falsa gravidez inventada pela suspeita.

Neil Corrêa da Silva: Morto por envenenamento a mando da filha, Michele Paiva, que teria contratado Ana Paula mediante promessa de pagamento.

A investigação segue em andamento. A Polícia Civil de São Paulo trabalha para esclarecer a extensão dos crimes e identificar possíveis novas vítimas de Ana Paula Veloso Fernandes.

Casos de envenenamento

Bolo de pote envenenado

Ana Luiza de Oliveira Neves, de 17 anos, morreu após consumir um bolo de pote em Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a investigação, a suspeita confessou ter colocado arsênio no doce por ciúmes.

De acordo com a polícia, o bolo foi entregue por um motoboy na residência de Ana Luiza como um "presente", acompanhado de um bilhete: "Um mimo para a garota mais linda que eu já vi". Poucos minutos após consumir o doce, a vítima começou a passar mal e foi levada ao hospital pelo pai. No local, foi diagnosticada com quadro de intoxicação alimentar, medicada e liberada. No entanto, no dia seguinte, voltou a apresentar sintomas e foi levada a um pronto-socorro, onde chegou sem vida.

Substância ligada a mortes

No final de 2024, três pessoas da mesma família morreram após ingerirem um bolo de Natal envenenado com a mesma substância, no Rio Grande do Sul. Assim como Ana Luiza, as vítimas passaram mal poucos minutos após a ingestão. Tia e sobrinha morreram na mesma noite; a terceira vítima faleceu horas depois.

Os dois episódios recentes levantam uma questão alarmante: como uma substância de alta toxicidade tem sido acessada com tamanha facilidade? 

O que é o arsênio?

Arsênio: conheça substância de uso restrito ligada a mortes por envenenamento.Foto: Reprodução

arsênio é um elemento químico naturalmente presente no meio ambiente. Pode ser encontrado em rochas, solos, água, ar, plantas e até em alguns animais. No cotidiano, está presente em alimentos industrializados em quantidades mínimas, controladas por normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A Anvisa estabelece limites seguros para diversos alimentos. No caso de cereais, o máximo permitido é de 0,15 miligrama por quilo; no café solúvel, 0,50 mg/kg; no arroz, 0,30 mg/kg; e no açúcar, apenas 0,10 mg/kg.

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