Homem suspeito de matar companheira no IAPI é preso
Suspeito de matar companheira no IAPI se apresentou no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde de segunda-feira (22)
Por Ananda Costa.
O homem suspeito de matar a companheira no bairro do IAPI, em Salvador, identificado somente como Rafael, se apresentou à polícia na tarde da última segunda-feira (22) e teve o mandado de prisão cumprido. O feminicídio ocorreu no fim da manhã da última quinta-feira (18).
A vítima, identificada como Carolina Vitória Pereira Bittencourt, de 24 anos, foi morta com um tiro na cabeça dentro da própria residência. Durante a perícia, foram identificados sinais de arrombamento no imóvel.
Em nota, a Polícia Civil informou que o suspeito se apresentou no Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), onde o mandado de prisão foi cumprido. O investigado permanece custodiado à disposição do Poder Judiciário.
Família do suspeito de matar companheira no IAPI
No dia do crime, o pai do suspeito negou que o filho fosse o autor do crime e levantou a hipótese de que a jovem tivesse tirado a própria vida.
Apesar da versão, a Polícia Civil confirmou que investiga a morte como feminicídio.
Feminicídios em 2025 na Bahia
Mais de 20 casos de feminicídio foram registrados na Bahia em 2025, segundo levantamento da TV Aratu. Os dados evidenciam um cenário alarmante de violência contra a mulher no estado, marcado por crimes brutais e reincidência de agressores, mesmo após medidas judiciais.
Em entrevista ao programa Aratu Agora, a advogada Fabiane Almeida criticou a falha no sistema de proteção às vítimas. “Infelizmente a sociedade falhou, o Estado falhou, as ONGs falharam. O botão do pânico deve ser disponibilizado a todas as mulheres vítimas de violência doméstica, no qual o homem está sendo agressor e monitorado por tornozeleira eletrônica”, afirmou.
Recorde em 2024
O Brasil registrou, em 2024, o maior número de feminicídios e estupros de mulheres dos últimos cinco anos, segundo dados do Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com o levantamento, o país contabilizou 1.459 feminicídios no ano passado, média de quatro mulheres mortas por dia. Trata-se do maior número da série histórica iniciada em 2020. A definição oficial do crime é o assassinato de mulheres “em razão do gênero, em contextos de violência doméstica, familiar, ou por menosprezo e discriminação relacionados à condição do sexo feminino”. O total representa um aumento de 7% em relação a 2020.
A Região Centro-Oeste apresentou a maior taxa de feminicídios do país, com 1,87 casos por 100 mil mulheres, acima da média nacional (1,34). O Sudeste teve a menor taxa, com 1,16. Entre os estados, Mato Grosso (2,47) e Mato Grosso do Sul (2,39) lideram os índices. Já Amapá (0,50) e Sergipe (0,84) registraram os menores.
Paralelamente, os homicídios dolosos, quando há intenção de matar, caíram 6,33% em relação a 2023, passando de 37.754 para 35.365 vítimas. Os latrocínios, roubos seguidos de morte, também recuaram: de 972 casos em 2023 para 956 em 2024, uma queda de 1,65%.
Os estupros de mulheres também atingiram recorde no ano passado. Foram registradas 71.834 vítimas, uma média de 196 por dia. O número representa alta de 0,10% em comparação a 2023 e de 26% em relação a 2020, quando 56.869 mulheres foram estupradas.
As vítimas do sexo feminino corresponderam a 86,4% do total de estupros notificados no Brasil em 2024 (83.114 casos). São Paulo lidera com 13.790 registros, número próximo ao de toda a Região Nordeste. Em seguida aparecem Paraná (5.922), Rio de Janeiro (5.013) e Pará (4.898).
Os dados, que abrangem o período de janeiro a dezembro de 2024, foram coletados pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) junto às Unidades da Federação. A extração ocorreu em 13 de fevereiro de 2025, considerada data de referência para o relatório.
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