Empresário do caso do ferro-velho é preso por tentativa de homicídio

Empresário foi preso nesta terça-feira, por tentativa de homicídio contra três pessoas, duas delas ex-funcionários de sua empresa

Por Anna Caroline Santiago.

O empresário Marcelo Batista, investigado pelo desaparecimento e morte de dois jovens em novembro de 2024, foi preso nesta terça-feira (26) por tentativa de homicídio contra três pessoas, duas delas ex-funcionários de sua empresa. As vítimas foram alvos de disparos de arma de fogo, mas conseguiram escapar.

Segundo a Polícia Civil, a prisão preventiva havia sido decretada em 25 de agosto e foi cumprida durante uma operação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O suspeito foi localizado no ferro-velho do qual é proprietário, no bairro de Pirajá, em Salvador.

Empresário do caso do ferro-velho é preso por tentativa de homicídio. | Foto: reprodução/arquivo pessoal

Marcelo também é apontado como principal suspeito do duplo homicídio de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, 24 anos, e Matusalém Lima Muniz, 25, desaparecidos desde 4 de novembro do ano passado. Após o crime, o suspeito passou sete meses foragido. Ele se apresentou voluntariamente à Justiça da Bahia em junho deste ano, mas foi liberado em seguida. 

Além dos casos, o empresário também é apontado como o principal suspeito de ordenar a morte de um casal de ex-funcionários do ferro-velho, Adson Davi do Carmo Santos, e de sua companheira, Priscila Cruz dos Santos. A data do crime não foi informada.

O caso

Paulo Daniel e Matusalém foram vistos pela última vez no dia 4 de novembro, flagrados por câmeras de segurança do ferro-velho em que trabalhavam, no bairro de Campinas de Pirajá, em Salvador. 

A família de Paulo afirmou que ele chegou a trabalhar normalmente antes de desaparecer, enquanto Matusalém sumiu após sair para almoçar.

As vítimas teriam sido amarradas e torturadas com pauladas antes de serem mortas. À ocasião, Marineide Pereira, mãe de Paulo, contou que, dias antes do desaparecimento, o filho havia sido acusado pelo dono da empresa de roubar um gerador do local, mas não houve registro na Polícia.

Os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos. | Foto: Arquivo Pessoal

No dia seguinte ao desaparecimento (5 de novembro), o Corpo de Bombeiros iniciou as buscas pelos rapazes. Foram usados cães farejadores no terreno do ferro-velho, confirmando que Paulo e Matusalém estiveram no local. Uma meia e um tênis de Paulo também foram encontrados.

A Polícia Civil identificou vestígios de sangue em um recipiente de lixo. Além disso, o sistema de câmeras de segurança, composto por mais de 50 equipamentos, estava destruído. "Cabe destacar que praticamente todo o monitoramento foi inutilizado, e possivelmente continha imagens da tortura e execução das vítimas", apontaram os policiais em relatório da investigação.

Os corpos dos jovens continuam desaparecidos. Em março, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) havia revogado um mandado de prisão contra Marcelo Batista.

Nesta mesma decisão do TJ, outros dois homens, investigados por participação no crime, Marcelo Durão Costa e Clóvis Antônio Santana Durão Júnior, tiveram liberdade provisória concedida. A decisão que beneficiou a dupla foi proferida em 25 de fevereiro, pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira.

Quem é Marcelo Batista?

Marcelo Batista da Silva, dono do ferro-velho, é o principal suspeito de matar e esconder os corpos dos dois funcionários do próprio estabelecimento. 

Assim como Paulo e Matusalém, Adson foi acusado de roubo pelo empresário. As investigações iniciais indicam que, antes de ser morto, ele foi interrogado sobre o suposto furto de metais e, depois, assassinado por policiais.

A polícia acredita que a morte do casal foi encomendada por Marcelo e executada por policiais militares envolvidos com milícias. Um desses policiais foi preso por extorsão mediante sequestro na Paraíba e tráfico de armas em Alagoas.

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