Desaparecidos do ferro-velho: veja o que se sabe sobre o caso
Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, estão desaparecidos desde o dia 4 de novembro
Fonte: Ananda Costa
Desde o dia 4 de novembro, familiares e amigos de Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, procuram respostas para o desaparecimento dos jovens, que sairam para trabalhar em um ferro-velho de Campinas de Pirajá e não foram mais vistos.
De acordo com a mãe de Paulo Daniel, Mari Pereira, o proprietário do ferro-velho, Marcelo Batista, confirmou que a vítima chegou para trabalhar normalmente, mas sumiu logo em seguida. Antes do ocorrido, o empresário havia acusado Paulo de roubo, mas não prestou queixa contra o jovem.
Já Matusalém Silva Muniz teria sumido após sair do trabalho para almoçar na região. Fontes que preferiram não se identificar informaram aos pais de Paulo Daniel e Matusalém que os dois jovens teriam sido executados pelo dono do estabelecimento. As vítimas teriam sido amarradas e torturadas com pauladas antes de serem mortas.
Quem é Marcelo Batista?
Marcelo Batista da Silva, dono do ferro-velho, é o principal suspeito de matar e esconder os corpos dos dois funcionários do próprio estabelecimento.
Marcelo teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia 11 de novembro. Ele segue foragido desde que a 3ª Delegacia de Homicídios, que investiga o caso, cumpriu quatro mandados de buscas e apreensão em duas residências e dois estabelecimentos comerciais.
O empresário também é apontado como o principal suspeito de ordenar a morte do ex-funcionário do ferro-velho, Adson Davi do Carmo Santos, e de sua companheira, Priscila Cruz dos Santos. A data do crime não foi informada.
Assim como Paulo e Matusalém, Adson foi acusado de roubo pelo empresário. As investigações iniciais indicam que, antes de ser morto, ele foi interrogado sobre o suposto furto de metais e, depois, assassinado por policiais.
A polícia acredita que a morte do casal foi encomendada por Marcelo e executada por policiais militares envolvidos com milícias. Um desses policiais foi preso por extorsão mediante sequestro na Paraíba e tráfico de armas em Alagoas.
OUTRAS DENÚNCIAS
Um ex-funcionário do ferro-velho, que preferiu não se identificar por medo, afirmou em entrevista ao programa Alô Juca, da TV Aratu, que o dono do estabelecimento coagia os empregados a usar cocaína. De acordo com ele, o empresário fornecia drogas aos funcionários para que eles trabalhassem no galpão durante a madrugada.
"Droga, lá embaixo [em um porão], a madrugada toda. Os usuários de droga, ele botava lá embaixo, a empresa fechada, todo mundo trabalhando lá, como escravo. Ele trazia droga para todo mundo trabalhar lá embaixo, drogado. Era cocaína, para todos trabalharem de madrugada. Galpão fechado, 24 horas funcionando. Todos no efeito da droga", detalhou.
Segundo ele, no momento em que a droga era distribuída, Marcelo mandava um trabalhador desligar as câmeras de segurança.
Além disso, de acordo com a fonte, as condições de serviço eram análogas à escravidão. "Ele é um cara ruim, ignorante com os funcionários, com todo mundo", disse ele.
Buscas por Paulo Daniel e Matusalém
No dia 8 de novembro, a polícia conseguiu acessar o galpão de propriedade de Marcelo Batista da Silva para dar início à perícia pelas buscas dos jovens Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém, de 25. O Corpo de Bombeiros realizou buscas no local com o apoio de um cão farejador e, em pouco tempo, o cão indicou sinais de que os jovens passaram pela área.
Após dias de buscas, em 13 de novembro, a polícia teria colhido vestígios de sangue, que foram encontrados no banco de um carro apreendido pela polícia durante o mandado de busca e apreensão. Até o momento, nenhum resultado foi divulgado sobre a possibilidade dos vestigios serem de Paulo Daniel e Matusalém.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.
LEIA MAIS: Mãe desabafa após jovem desaparecer em ferro-velho: 'Esperança de encontrar meu filho vivo morreu'
Siga a gente no Insta, Facebook, Twitter e Bluesky. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).