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Policial suspeito de envolvimento na morte de jovens em ferro-velho é solto

A Polícia Civil divulgou, em dezembro, que os laudos periciais confirmaram que jovens desaparecidos foram assassinados dentro do estabelecimento

Fonte: Bruna Castelo Branco

O soldado da Polícia Militar Josué Xavier, conhecido como Maguila e suspeito de envolvimento nas mortes de dois funcionários de um ferro-velho no bairro de Pirajá, em Salvador, foi solto após o término do prazo da prisão temporária. Os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos.


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De acordo com a Polícia Civil, um pedido para a manutenção da prisão do suspeito foi feito, mas a instituição não obteve resposta. Ao g1, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) informou que não pode explicar o motivo de o documento não ter sido analisado, pois o caso está sob segredo de Justiça.


A Polícia Militar afirmou que Josué Xavier retornou ao quadro da corporação, mas ficará no setor administrativo até o fim das investigações. Ele é lotado na 19ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) de Paripe.


Os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos. | Foto: Arquivo Pessoal

Os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz seguem desaparecidos. | Foto: Arquivo Pessoal




Além de Josué Xavier, o gerente do ferro-velho, Wellington Barbosa, conhecido como "Cabecinha", também foi preso, mas cumpria prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica devido a um diagnóstico de hanseníase, doença que pode causar incapacidades físicas. A Polícia Civil não divulgou se houve um pedido para a manutenção da prisão de Barbosa nem se o pedido foi aceito pela Justiça.


Em declarações anteriores, o delegado José Nélis, da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações, afirmou que ainda não era possível confirmar a participação de cada um dos presos na ação, mas as apurações indicam que Paulo Daniel e Matusalém foram mortos.


Mortes


A Polícia Civil (PC) divulgou, em dezembro, que os laudos periciais confirmaram que jovens desaparecidos foram assassinados dentro do estabelecimento. A informação foi confirmada pelo delegado Nelis Araújo, da 3ª Delegacia de Homicídios, responsável pelas investigações.


Apesar da afirmação, os corpos de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz nunca foram localizados. Segundo o delegado, a investigação, inicialmente focada no desaparecimento, agora pode afirmar com mais convicção que os crimes ocorreram dentro do ferro-velho.


Eles foram vistos pela última vez quando saíram de casa para trabalhar como diaristas no ferro-velho. | Foto: TV Aratu/Reprodução

Eles foram vistos pela última vez quando saíram de casa para trabalhar como diaristas no ferro-velho. | Foto: TV Aratu/Reprodução




"Se no primeiro momento a polícia investigava os desaparecimentos, neste momento a polícia pode pontuar com convicção, através dos laudos periciais, que foi encontrado similaridade no perfil genético com as vítimas e com seus familiares", explicou Araújo.


"O DHPP providenciou coletar o material para o DNA e esse exame apresenta um perfil de similaridade genética com as vítimas, o Matusalém e o Paulo Daniel", concluiu.


Busca e apreensão


Em nota enviada ao Aratu On nesta terça-feira (21), a Polícia Civil informou que agentes da Coordenação de Operações, Agência de Inteligência e Grupo de Capturas do DHPP cumpriram, em dezembro de 2024, um mandado de busca e apreensão na casa de familiares de Marcelo Batista, proprietário do ferro-velho onde Paulo Daniel e Matusalém trabalhavam.


"Durante as diligências, foi constatado que a residência, localizada no bairro Jauá, em Camaçari, havia sido ocupada recentemente. Documentos pessoais de Marcelo e sua companheira foram localizados no imóvel", diz a nota.


A PC explica ainda que a "renovação do pedido de prisão do policial militar conhecido como Maguila não foi acatada e o suspeito de envolvimento no desaparecimento dos jovens responde em liberdade. A prisão temporária do gerente do ferro-velho foi substituída por medida cautelar de uso de tornozeleira eletrônica, devido a sua condição de saúde. O monitoramento seguirá enquanto perdurar a enfermidade. As diligências seguem para elucidação do caso".


Relembre o caso


O desaparecimento dos dois jovens completou dois meses em 4 de janeiro. Eles foram vistos pela última vez quando saíram de casa para trabalhar como diaristas no ferro-velho.


O proprietário do ferro-velho, Marcelo Bastista da Silva, é considerado suspeito de ser o mandante do crime. A Justiça decretou a prisão preventiva do empresário em 9 de novembro, mas ele fugiu e segue foragido.


Marcelo é réu em um processo de violência doméstica contra a ex-companheira. Uma audiência relacionada a esse caso está marcada para a próxima semana, mas, segundo a vítima, o advogado de Marcelo pediu o adiamento da sessão.


LEIA MAIS: Desaparecidos do ferro-velho: veja o que se sabe sobre o caso


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