Academia se manifesta após denúncia de assédio contra personal em Salvador

Denúncia de assédio contra personal repercutiu após uma aluna divulgar conversas e relatar detalhes dos abusos

Por Anna Caroline Santiago.

A enfermeira e influenciadora digital Maria Emília Barbosa denunciou um personal trainer por assédio em Salvador, na última terça-feira. Diante da repercussão do caso, a academia Hammer Fitness Club, que possui diversas unidades na capital baiana, se pronunciou sobre as denúncias de assédio contra o personal, que já teria atuado em uma de suas unidades.

Academia se manifesta após denúncia de assédio contra personal em Salvador.Foto: Redes sociais

Segundo a academia, o personal trainer citado na denúncia, identificado como Maurício Brasil, nunca foi contratado pela instituição, apenas utilizava o espaço como instrutor particular. Ainda de acordo com a Hammer, ele não frequenta nem atua em nenhuma unidade da rede desde 2022.

“Reforçamos que a Hammer não oferece serviço de personal trainer e que a contratação desses profissionais é realizada diretamente entre aluno e personal, sem qualquer gestão ou responsabilidade por parte da academia”, informou em nota.

Ao final do comunicado publicado nas redes sociais, a academia acrescentou: “Repudiamos qualquer forma de assédio e incentivamos que casos como este sejam denunciados imediatamente aos estabelecimentos e às autoridades competentes”.

Denúncia de assédio sexual 

Sem citar nomes, ela contou que, em janeiro, iniciou um plano com o profissional, conhecido entre influenciadoras de Salvador, e que, durante a primeira consulta, foi obrigada a usar um biquíni e a passar por procedimentos que faziam com que o homem chegasse perto de suas partes íntimas.

“Eu estava extremamente desconfortável, mas pensei que fizesse parte do exame. Ele chegava muito perto, sem tocar, e eu permaneci paralisada, tentando agir naturalmente.”

Mesmo desconfiando, seguiu com o atendimento por não conhecer o procedimento. Após 30 dias, retornou para uma nova avaliação, depois dos treinos enviados pelo personal. Ao afirmar que preferia ficar com roupa de academia, ele afirmou que não poderia e que ou ficava de biquíni ou de calcinha e sutiã.

Segundo ela, nessa sessão, o comportamento do personal piorou, e a enfermeira, que foi obrigada a ficar apenas de calcinha e sutiã, percebeu que estava sendo vítima de assédio depois que o suspeito se aproximou ainda mais de suas partes íntimas e chegou a fazer movimentos sexuais.

“Eu dei um tapa na mão dele e pedi para parar. Foi quando ele pegou minha mão, colocou no órgão genital dele e disse: ‘Veja só como eu fico com você’.”

Após a ação, ela se vestiu e deixou o local onde ocorria a consulta. Em seguida, conversou com outras pessoas que já haviam se consultado com o personal e recebeu mais denúncias contra ele. Veja fotos:

Foto: Reprodução

Ela finalizou o vídeo pedindo que mais pessoas denunciassem o suspeito e disponibilizou o contato de seu advogado, que entrou com uma denúncia na Justiça contra ele.

Unidades de Saúde terão espaço de acolhimento a mulheres vítimas de violência

A Prefeitura de Salvador oficializou, por meio da Lei nº 9.907/2025, publicada no Diário Oficial desta segunda-feira (24), a criação das chamadas “Salas Lilás”. Com isso, Unidades de Saúde terão espaço de acolhimento a mulheres vítimas de violência.

A norma passa a valer não só para as conhecidas UBS, Unidades Básicas de Saúde, mas também em órgãos parceiros que prestam atendimento especializado a mulheres em situação de violência. A medida foi sancionada pelo prefeito Bruno Reis após aprovação na Câmara de Salvador.

O projeto estabelece a implantação de espaços destinados ao acolhimento humanizado de mulheres vítimas de violência física, sexual, psicológica ou patrimonial. Esses ambientes devem ser privados, seguros e com atmosfera acolhedora, incluindo elementos visuais que transmitam apoio e conforto, enquanto as vítimas aguardam serviços como perícias clínicas, atendimentos psicológicos, jurídicos e acompanhamento psicossocial.

Violência contra mulher

Mulheres negras com idades entre 30 e 39 anos são a maioria das vítimas de violência doméstica na Bahia, segundo revelou levantamento feito pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). No último dia 19 de fevereiro, foi divulgado um estudo sobre as Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) no órgão.

Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 registrou 63.330 atendimentos na Bahia em 2024, um aumento de 42% em relação ao ano anterior, quando 44.594 foram computados. Violência contra mulheres entre 40 e 44 anos (1.471 vítimas) representa o maior número de denúncias.

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