Vapes podem abrigar fungos ligados a doenças pulmonares, diz estudo

A análise foi feita a partir dos bocais de vapes usados por 25 voluntários

Por Bruna Castelo Branco.

Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, identificaram a presença de fungos potencialmente prejudiciais à saúde em cigarros eletrônicos (vapes). A análise foi feita a partir dos bocais de dispositivos usados por 25 voluntários. Segundo o levantamento, diversas espécies foram encontradas, algumas associadas a complicações pulmonares.

Os resultados, divulgados em 1º de agosto na plataforma científica bioRxiv, ainda não passaram por revisão por pares. O objetivo do estudo foi investigar microrganismos que poderiam ser transmitidos aos pulmões por meio do uso dos aparelhos — uma possível preocupação adicional ao debate, até agora centrado na toxicidade química dos líquidos vaporizados.

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Os resultados, divulgados em 1º de agosto na plataforma científica bioRxiv, ainda não passaram por revisão por pares. | Foto: Ilustrativa/Pexels

De acordo com os autores, mais da metade dos dispositivos estava “abundantemente colonizada” por espécies de fungos não presentes na boca dos usuários. Cerca de 80% dessas espécies tinham potencial para causar doenças em humanos. O fungo mais frequente foi o Cystobasidium minutum, já relacionado a infecções sanguíneas em pessoas imunossuprimidas.

Para avaliar seus efeitos nos pulmões, fragmentos do fungo foram inalados por camundongos em condições semelhantes à contaminação por vaporização. “Descobrimos que o fungo mais prevalente nas amostras de vaporizadores causou características de bronquite crônica em camundongos”, disse Borna Mehrad, coautora da pesquisa, à revista New Scientist. A inflamação das vias aéreas observada nos roedores pode gerar sintomas semelhantes aos da gripe.

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O objetivo do estudo foi investigar microrganismos que poderiam ser transmitidos aos pulmões por meio do uso de vapes. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Os pesquisadores apontam diferentes possíveis origens para a contaminação. Alguns fungos podem ter vindo do ar, outros do contato com as mãos dos voluntários. Jason Smith, integrante da equipe, levanta a hipótese de que eles já estivessem presentes nos líquidos comercializados. “Os resíduos deixados dentro do dispositivo de vaporização podem servir de fonte de alimento para o crescimento de fungos”, afirmou. A hipótese não foi testada e, segundo ele, exigiria novos estudos. Casos semelhantes já foram registrados em outros dispositivos de fumo, como narguilés.

Entre os voluntários, cerca de um terço relatou sintomas respiratórios, como tosse, e a maioria admitiu não higienizar os aparelhos. Para a pesquisadora Katy Deitz, essa prática contribui para a proliferação microbiana.

Apesar das conclusões, os autores ressaltam que ainda não há evidências suficientes para afirmar que a quantidade de fungos nos bocais seja capaz de provocar doenças em humanos. A recomendação, no entanto, é que os vapes sejam higienizados regularmente.

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