Mais de 1 bilhão de pessoas têm transtornos mentais no mundo, aponta OMS

De acordo com a OMS, os transtornos mentais já são a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo

Por Bruna Castelo Branco.

Relatórios divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (2) indicam que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com transtornos mentais. As condições mais comuns são ansiedade e depressão, que afetam indivíduos de diferentes idades e classes sociais e estão associadas a perdas significativas na qualidade de vida, na produtividade e na economia global.

De acordo com a OMS, os transtornos mentais já são a segunda maior causa de incapacidade a longo prazo e aumentam os gastos com saúde de famílias e indivíduos. Apenas ansiedade e depressão custam cerca de US$ 1 trilhão por ano à economia mundial — o equivalente a R$ 5,5 trilhões.

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As condições mais comuns são ansiedade e depressão, que afetam indivíduos de diferentes idades e classes sociais. | Foto: Ilustrativa/Pexels

“Transformar os serviços de saúde mental é um dos maiores desafios da saúde pública. Investir nessa área é investir em pessoas, comunidades e economias. O cuidado não pode ser visto como privilégio, mas como um direito básico que exige ação urgente dos governos”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.

Suicídio e desigualdade de acesso

O levantamento aponta ainda que o suicídio segue como uma das consequências mais graves, com 727 mil mortes registradas em 2021. Jovens aparecem como o grupo mais vulnerável. A meta da Organização das Nações Unidas (ONU) é reduzir em 33% os casos até 2030, mas a projeção atual indica queda de apenas 12% nesse período.

A desigualdade no acesso ao tratamento também preocupa: em países de alta renda, mais da metade das pessoas com transtornos mentais recebe atendimento adequado. Já nas nações de baixa renda, esse índice não chega a 10%.

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O levantamento aponta ainda que o suicídio segue como uma das consequências mais graves, com 727 mil mortes registradas em 2021. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Avanços e estagnações

Os relatórios World Mental Health Today e Atlas da Saúde Mental 2024 apontam avanços desde 2020, como novas políticas públicas, programas de prevenção ao suicídio, apoio psicossocial em emergências e inclusão da saúde mental na atenção primária — meta já parcialmente atendida por 71% dos países.

Apesar disso, os investimentos permanecem baixos. Em média, apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde são destinados ao tema, índice que não muda desde 2017. Menos de 10% dos países concluíram a transição para modelos de atendimento comunitário, e muitos ainda dependem fortemente de hospitais psiquiátricos, onde não são raras internações involuntárias e prolongadas.

Na avaliação da OMS, os governos estão longe de cumprir as metas do Plano de Ação Abrangente para a Saúde Mental. A entidade defende financiamento mais robusto, reformas legais que garantam direitos humanos, investimentos contínuos na formação de profissionais e ampliação dos cuidados comunitários centrados no paciente.

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