Indústria da beleza precisa adaptar cuidados à pele negra, diz estudo

Adequação a cuidados com a pele negra representa potencial de US$ 2 bilhões em receitas, segundo relatório “Representatividade negra na indústria da beleza”

Por Da redação.

A indústria da beleza perde uma parcela significativa de clientes negros, insatisfeitos com produtos e procedimentos que não contemplam seus tons de pele. A falta de atendimento adequado a este público representa uma demanda reprimida, com  perda de US$ 2 bilhões de receitas, de acordo com o relatório “Representatividade negra na indústria da beleza”, da McKinsey Quarterly.

Biomédica esteta Jéssica Magalhães é especialista em procedimentos estéticos e cuidados com a pele negra. Foto: Salve Estúdio Criativo

Nos últimos anos, debates sobre representatividade e equidade racial na indústria da beleza têm ganhado força, impulsionados por pesquisadores, ativistas, criadores de conteúdo e defensores de uma sociedade mais justa. Nesse cenário, os procedimentos estéticos no Brasil passaram a assumir um papel de apoio à autoestima e ao fortalecimento da identidade afro brasileira.

Cuidados com a pele negra impulsionam caminhos para a valorização e o empoderamento

A biomédica esteta Jéssica Magalhães, com dez anos de atuação e especialização em pele preta no Brasil, reforça que a procura por tratamentos personalizados aumentou significativamente, impulsionada pelo interesse em procedimentos que respeitem a identidade e os traços específicos da pele afro-brasileira.

“O mercado está mais atento à representatividade, mas ainda existe uma lacuna entre o que é oferecido e o que a pele negra realmente necessita. É uma oportunidade enorme para transformar procedimentos em experiências de valorização e empoderamento”, afirma.

Foto: Reprodução Salve Estúdio Criativo / Instagram

Para se ter uma dimensão desse potencial, dados cruzados da Market.Us e InsightAce Analytic indicam que o mercado global de beleza negra alcance entre US$ 31 à 34 bi até 2034, com um crescimento anual mínimo de 8% – e máxima de 14%. 

Segundo a especialista, cada cliente exige um olhar individualizado, e a valorização da pele negra vai muito além da aplicação de produtos. Avaliar a tonalidade, textura, densidade de colágeno e as respostas da pele em diferentes ativos é fundamental para garantir resultados naturais e seguros.

“É essencial conhecer como a pele negra reage a cada substância; se o objetivo é hidratar, uniformizar o tom ou trabalhar contornos. Um planejamento cuidadoso evita pigmentações indesejadas e resultados artificiais”, explica.

Jéssica avalia que o Novembro Negro tem funcionado como um acelerador para mudanças no mercado de estética, forçando clínicas e profissionais a repensarem protocolos e produtos. Na prática, ela própria revisita constantemente cada etapa de seus atendimentos, ajustando técnicas, combinando procedimentos e testando novas abordagens para garantir que cada cuidado seja relevante e contemporâneo. Hoje em dia, a especialista já trata de personalidades como Tarsila Alvarindo, Val Benvindo e Najara (NBlack).

A profissional também cita a importância de unir cuidados estéticos a hábitos saudáveis em casa, como hidratação adequada, uso de protetor solar, atenção à ácidos e uso de produtos compatíveis com a pele.

“O cuidado contínuo é tão importante quanto o procedimento realizado no consultório. Quando aliados a tratamentos personalizados, esses cuidados ajudam a prolongar os efeitos, manter a saúde da pele e reforçar a autoestima. O Novembro Negro é um momento de reflexão, mas também de ação, já que valorizar a própria pele é celebrar a ancestralidade e fortalecer a identidade”, conclui.

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