Dia Nacional de Prevenção à Obesidade alerta para um problema de saúde pública

Dados recentes das sociedades médicas e entidades especializadas apontam que a obesidade vem avançando de forma significativa no Brasil

Por Dinaldo dos Santos.

Neste 11 de outubro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção à Obesidade criado com o objetivo de sensibilizar a população para os riscos do excesso de peso e a necessidade de prevenção, diagnóstico e tratamento adequados. Dados recentes das sociedades médicas e entidades especializadas apontam que a obesidade vem avançando de forma significativa no Brasil.

Segundo o Mapa da Obesidade da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), a prevalência de obesidade no país cresceu 72 % entre 2006 e 2019, passando de 11,8 % para 20,3 %.

Dia Nacional da Prevenção à Obesidade. Foto: Ilustração | Pexels

Obesidade e canetas emagrecedoras

A preocupação com a obesidade tem incentivado os brasileiros ao uso das chamadas canetas emagrecedoras. Pesquisas mostram que as buscas por "Mounjaro", caneta injetável para obesidade e diabetes tipo 2 da Eli Lilly, praticamente se igualam às buscas por "dieta".

No entanto, elas são superiores às pesquisas por "Ozempic", concorrente da Novo Nordisk e "Wegovy". Contudo, Monjuaro tem um custo alto para a maioria das pessoas que necessitam do medicamento.

O Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde mostra que, entre as pessoas de 45 a 59 anos, 36,1 % já apresentam obesidade, com maior incidência entre aqueles com até quatro anos de escolaridade. 
Serviços e Informações do Brasil

Outro dado alarmante: conforme estudo da Fiocruz Brasília, se as tendências atuais persistirem, quase metade dos adultos brasileiros (48 %) poderá ter obesidade até 2044, e mais 27 % viverão com sobrepeso — totalizando cerca de 75 % da população adulta do país nesse cenário. 

Conforme a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), já hoje mais de 50 % dos homens e cerca de 45 % das mulheres estão acima do peso ideal. 

 E de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS/2020), cerca de 60,3 % dos adultos brasileiros apresentam excesso de peso (o que representa cerca de 96 milhões de pessoas) e 25,9 % sofrem de obesidade (cerca de 41,2 milhões).

Esses números demonstram que a obesidade não é apenas uma questão estética, mas um desafio vigente para os sistemas de saúde brasileiros — especialmente porque está associada a complicações crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e disfunções metabólicas.

Foto: Ilustração | Pexels

Obesidade: fatores de risco e determinantes

Especialistas alertam que a obesidade é uma condição multifatorial. Entre os fatores que mais contribuem para o seu desenvolvimento, destacam-se:

Sedentarismo: a falta de atividade física regular é um dos fatores mais fortemente associados ao acúmulo de gordura corporal. 

Alimentação inadequada: em especial o consumo elevado de alimentos ultraprocessados, ricos em gorduras, açúcares e sal, e o consumo de bebidas adoçadas. 

Determinantes socioeconômicos e educacionais: a prevalência de obesidade tende a ser maior entre pessoas com menor escolaridade e renda mais baixa. 

Fatores biológicos e genéticos: estudos sugerem contribuição genética relevante no desenvolvimento da obesidade, que interage com fatores ambientais e comportamentais. 

Ambiente obesogênico: o contexto urbano favorece menor acesso a espaços para exercícios, transporte ativo e alimentos frescos e acessíveis.

Além disso, o estigma social associado ao peso — “culpar” pessoas por “falta de força de vontade” — é um obstáculo grave para o diagnóstico e tratamento adequados.

Em sua campanha institucional, a SBEM reforça que o lema deste Dia Nacional é “Obesidade Eu Trato com Respeito”, visando combater a linguagem e imagens estigmatizantes. 

Obesidade: dicas de prevenção e cuidados

Para a população em geral e para gestores de saúde, algumas medidas e orientações são fundamentais para prevenir e controlar a obesidade:

Praticar atividade física regularmente: pelo menos 150 minutos por semana de atividades moderadas (como caminhada rápida ou bicicleta), ou 75 minutos de atividades vigorosas — sempre que possível.

Alimentação balanceada: priorizar alimentos frescos, como verduras, legumes, frutas, cereais integrais, leguminosas; reduzir consumo de alimentos ultraprocessados, bebidas açucaradas e excesso de gordura e sal.

Controle do ambiente alimentar: evitar a presença constante de alimentos altamente calóricos em casa, planejar refeições, evitar comer por impulso.

Sono de qualidade: dormir adequadamente (7 a 9 horas para adultos), pois o sono insuficiente está ligado ao desequilíbrio hormonal e ao ganho de peso.

Avaliação profissional periódica: com médico ou endocrinologista, nutricionista ou equipe de saúde para monitoramento do peso, circunferência abdominal, exame de glicemia, lipídios, pressão arterial etc.

Políticas públicas e ambiente favorável: é fundamental que o poder público invista em ciclovias, parques, programas de reeducação alimentar, regulação do marketing de alimentos ultraprocessados e incentivos à alimentação saudável nas escolas e unidades de saúde.

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