Gosta de "tomar uma"? Fique ligado! Consumo de álcool é associado a 740 mil casos anuais de câncer, diz estudo
De acordo com a ONG Cancer Research UK, sediada no Reino Unido, há sete tipos de câncer cujo risco aumenta com o consumo de álcool.
Mais de 4% dos casos de câncer diagnosticados no mundo em 2020 - cerca de 741,3 mil - foram causados pelo consumo de álcool. Essa é a conclusão de um estudo publicado na revista científica The Lancet Oncology que destaca a ligação direta entre o consumo de bebidas alcoólicas e os cânceres de mama, de boca, de garganta, de laringe, de esôfago, de fígado, de cólon e de reto.
Ainda que a maior parte dos casos esteja associada ao consumo excessivo de álcool, a ingestão moderada de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de desenvolver a doença, alerta a pesquisa, realizada por cientistas do Canadá, da França, dos Estados Unidos, da Holanda e da Nigéria.
Conforme as estimativas, o consumo diário de um pequeno copo de cerveja ou um pequeno copo de vinho - o equivalente a até 10 gramas de álcool - contribuiu para algo entre 35,4 mil e 145,8 mil casos de câncer no ano passado.
A incidência varia de acordo com a região — as mais afetadas são a Europa, mais especificamente a do leste e central, e o sudeste da Ásia. A distribuição por gênero é bastante desigual. Do total, 77% dos casos foram registrados em homens e 23% entre mulheres.
TIPOS DE CÂNCER
De acordo com a ONG Cancer Research UK, sediada no Reino Unido, há sete tipos de câncer cujo risco aumenta com o consumo de álcool.
São eles o de mama e o colorretal — os dois dos mais comuns —, e os de boca, garganta, laringe, esôfago e fígado.
O álcool causa danos ao corpo especialmente de três maneiras. Uma delas é provocando dano celular: quando ingerimos álcool, o corpo o transforma em acetaldeído, uma substância química que pode causar danos às células e até impedir que elas reparem os prejuízos causados.
Outra forma são as alterações hormonais, já que o álcool aumenta os níveis de alguns hormônios, como estrogênio e insulina. Esses níveis mais altos podem fazer com que as células se dividam com mais frequência, o que aumenta a chance de desenvolvimento de células cancerosas.
E há, finalmente, a possibilidade de ocorrência de alterações nas células da boca e da garganta. O álcool pode tornar essas células mais propensas a absorver produtos químicos perigosos, como os encontrados na fumaça do cigarro.
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