Prefeitura quer criar centro Covid-19 no Hospital Salvador, mas UFBA diz que não permitirá; entenda
Prefeitura quer criar centro Covid-19 no Hospital Salvador, mas UFBA diz que não permitirá; entenda
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Prefeitura de Salvador se envolveram em um impasse em relação a um novo centro de tatamento à Covid-19 na capital do estado. O prefeito ACM Neto criticou a instituição por não liberar o Hospital Salvador, mas a UFBA cita riscos de tratar os infectados junto com bebês.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira (3/7), Neto reclamou de postura do reitor João Carlos Salles em não ceder o Hospital, visto o aumento no número de casos em Salvador. Mais tarde, a UFBA se pronunciou por meio de nota.
"[O prefeito] tenta, a qualquer custo, instalar, no Hospital Salvador, leitos para tratamento da Covid-19 no mesmo espaço onde está funcionando, temporariamente, a UTI Neonatal da Maternidade Climério de Oliveira (MCO)", diz o comunicado. "Ocorre que o Hospital Salvador, a pedido da Prefeitura Municipal de Salvador, disponibilizou dois andares à instalação de enfermarias e leitos de UTI voltados para o atendimento a pacientes acometidos de infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2)", continua.
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A universidade alega que os récem-nascidos e os pacientes de coronavírus ficariam em alas próximas. "A medida é de todo imprópria e perigosa para a saúde de gestantes, puérperas e recém-nascidos, além do corpo técnico da maternidade, já que o hospital não oferece nenhuma condição de isolamento entre as alas, obrigando o compartilhamento de espaços comuns nas instalações da unidade. Mais grave ainda: as próprias UTIs – Neonatal e de Covid – ficariam no mesmo andar, separadas apenas por uma precária divisória removível, contrariando todas as normas que regem instalações hospitalares", alerta a universidade.
Neste sábado (4/7), o secretário municipal de Saúde, Léo Prates, utilizou uma rede social para comentar o caso. "Como sabem, minha irmã teve COVID grávida, sei muito bem a aflição e o desespero, fez o parto com Covid-19. É um parto de altíssimo risco! A [maternidade] Climerio tem UTI. A CIB [Comissão Intergestores Bipartite] recomendou que a Climerio fosse maternidade COVID, que Salvador não tem. Pq a UFBA não quer ajudar? Faço este apelo", reclamou.
"A argumentacao da UFBA em seu processo traz algumas perguntas: Nenhum funcionário da Climerio teve COVID até hj? Nenhum dos partos feitos a gestante tinha COVID? Os profisssionais de saúde da Climerio são exclusivos da maternidade?A COVID tá aí! Ontem 9 pessoas da SMS positivaram", alegou o secretário.
Na última quarta (1/7), o Ministério Público Federal emitiu um parecer favorável a UFBA. O Fazendão, que atendia pacientes com coronavírus mas não é uma maternidade, será fechado neste domingo (5/7) após diminuição da demanda, segundo a Prefeitura.
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