Vereadora relaciona perda de renda ao aumento da violência doméstica
Pesquisa revela que foi a falta de autonomia financeira, não o isolamento, que deixou a parcela feminina da sociedade mais vulnerável.
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), alertou para as consequências danosas da perda de renda das mulheres na pandemia do novo coronavírus. Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que foi a falta de autonomia financeira, não o isolamento, que deixou a parcela feminina da sociedade mais vulnerável à violência, como comenta Ireuda.
De acordo com o levantamento, 25% das entrevistadas afirmaram que a perda de emprego contribuiu para a violência que sofreram; 22% citaram a maior convivência com o agressor. Além disso, 62% das vítimas de agressões disseram que a renda familiar diminuiu. Já entre as que não sofreram violência, o percentual foi de 50%.
“Essa situação é pior do que imaginávamos, porque será difícil encontrar uma solução a curto prazo. Grande parte das mulheres que perderam o emprego vai demorar para se recolocar no mercado de trabalho. Com isso, o ciclo de violência também vai se prolongar. E não apenas a violência física, mas a psicológica e a patrimonial, com o aumento da dependência financeira em relação aos companheiros agressores. Estamos diante de uma realidade lamentável e preocupante”, diz Ireuda.
Ainda de acordo com a pesquisa, 45% das mulheres não fizeram nada após a agressão. Apenas 12% denunciaram em uma Delegacia da Mulher e 7,5% denunciaram em uma delegacia comum. “Infelizmente, vemos que a maioria das vítimas ainda reluta em procurar uma delegacia, provavelmente por medo do agressor, de quem depende financeiramente”, acrescenta a parlamentar.
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