Salvador deve ampliar idade de veículos usados para táxi para até 12 anos
Autorização máxima do uso de veículos para táxi é de oito anos; prefeitura pretende ampliação para 10 anos para veículos convencionais e 12 anos para carros elétricos
Por Matheus Caldas.
A prefeitura de Salvador pretende ampliar a idade dos veículos usados para táxi de oito para até 12 anos. É o que indica projeto de lei enviado pelo prefeito Bruno Reis (União) à Câmara de Vereadores.
As informações estão contidas num projeto que pede autorização aos vereadores para conceder subsídios às empresas de transporte público. O trecho que beneficiaria os motoristas de táxi está incluído neste texto como um jabuti - no jargão político, "jabuti" é usado para definir movimentação que os parlamentares fazem ao inserir em uma proposta legislativa um tema sem relação com o texto original.
Dentre as reivindicações enviadas por Bruno Reis, a principal é a idade máxima dos veículos utilizados para táxi. Atualmente, a autorização máxima é de oito anos de uso. Agora, a prefeitura pretende ampliação para 10 anos para veículos convencionais e 12 anos para carros elétricos.
O município propõe, também, que carros com cinco anos de fabricação possam ingressar no serviço se táxi. Atualmente, só carros com no máximo dois anos de fabricados podem começar a ser utilizados.
Veja mudanças propostas para serviço de táxi
Tema | Antes | Proposta |
---|---|---|
Classificação dos veículos | Apenas “classificação do automóvel” | Automotor ou elétrico; espécie: passageiros ou misto; categoria: aluguel |
Idade máxima dos veículos | 8 anos (qualquer tipo) | 10 anos (CRLV) / até 12 anos (elétricos) |
Capacidade de passageiros | 5 a 7 passageiros | 4 a 7 passageiros (incluindo motorista) |
Motorização mínima (convencional) | 1.000 cilindradas | 68 CV |
Motorização mínima (cooperativas) | 1.400 cilindradas ou 120 CV | 120 CV |
Idade máxima de fabricação para ingresso | Até 2 anos | Até 5 anos (CRLV) |
Inspeções técnicas | Anual (calendário prévio) ou a qualquer tempo em operações específicas | Anual, direta ou indiretamente pela unidade gestora |
Procedimentos de inspeção | Pagamento do preço público + apresentação em local definido pelo Poder Autorizante | Seguir orientações da unidade gestora (agendamento, local, apresentação) |
Fixação das tarifas | Pelo Poder Autorizante | Pela SEMOB |
Reajuste tarifário | Anual, baseado na variação de custos e preços | Anual, preferencialmente em janeiro, via ato normativo da SEMOB |
Nesta segunda-feira (15), representantes dos taxistas foram à Câmara para cobrar os vereadores a votarem o tema.
O presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB), garantiu apoio aos taxistas, mas pediu atenção à necessidade de cumprir o rito regimental. “Vamos unir esforços para que o projeto passe por todas as comissões prioritárias e chegue o quanto antes ao plenário, para que possamos votar. Pode ter certeza de que os vereadores também estão empenhados em resolver esse problema, mas não podemos abrir precedentes sem o crivo das comissões. Ainda assim, esse projeto será votado após a tramitação colegiada”, afirmou Muniz.
O vereador Cláudio Tinoco (União), aliado de Bruno Reis, diz que a prefeitura “tem compromisso com os taxistas”. “Agora, o projeto trata não apenas dos taxistas, mas também do subsídio ao transporte público. É uma matéria prioritária. [...] Não tenho dúvida de que ainda em setembro teremos a aprovação, garantindo uma resposta positiva para a categoria”, afirmou Tinoco.
A líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), manifestou apoio aos taxistas, mas voltou a criticar a forma como o Executivo encaminhou a matéria. “Apoio totalmente os trabalhadores taxistas, porque são pais de família que defendem sua sobrevivência. O problema é que o tema veio atrelado a outra pauta, de empréstimo, e o Executivo não teve a sensibilidade de enviar um projeto desmembrado”, observou.
Além do subsídio, criticado pela oposição, a prefeitura forneceu anistia integral de débitos de outorgas às empresas de ônibus da cidade.
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