ONU: Lula defende democracia, já Trump quer marcar encontro com petista
Durante a Assembleia Geral da ONU: Lula defende democracia, já Trump quer marcar encontro com petista
Por João Tramm.
Em seus discursos na ONUA, Lula defende democracia, já Trump quer marcar encontro com petista. A fala foi feita durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (23), no discurso de abertura feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e logo após quem o sucedeu foi o presidente norte-americano, Donald Trump.
O petista afirmou que 'democracia é inegociável' e classificou como "inaceitável" qualquer ataque ao Judiciário e criticou "falsos patriotas", além de repudiar a ideia de anistiar quem ataca a democracia. O Brasil, representado pelo presidente, tem tradição de abrir o debate de líderes na ONU, que em 2025 chega à sua 80ª edição, realizada em Nova York.
"Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais", afirmou Lula.
O pronunciamento aconteceu um dia após nova rodada de sanções do governo americano a cidadãos brasileiros, como resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A imposição de tarifas pelos EUA marca um dos momentos mais tensos nas relações bilaterais nas últimas décadas.
"Não há justificativas para as medidas unilaterais e arbitrárias contra as nossas instituições e nossa economia. Agressão contra a independência do poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema-direita subserviente e saudosa das antigas hegemonias".
Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula abriu a fala com críticas à política externa e tarifária de Trump: "Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por seguidas concessões à política do poder. Atentados à soberania, sanções arbitrárias e intervenções unilaterais estão se tornando a regra".
O chefe do Executivo brasileiro ainda destacou a ligação entre crises globais e a democracia: "Existe um evidente paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento da democracia", completou.
Trump quer marcar encontro com petista
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, seguiu para seu discurso logo após o brasileiro. Segundo o norte-americano, ambos os chefes de Estado se encontraram por 20 segundos e marcaram de conversar na próxima semana.
"Eu estava entrando e o líder do Brasil estava saindo. Nós nos vimos, eu o vi, ele me viu, e nós nos abraçamos. E aí eu penso: “Vocês acreditam que vou dizer isso em apenas dois minutos?” Nós realmente combinamos de nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para conversar, uns 20 segundos. Eles foram, eles foram… em retrospecto, fico feliz de ter esperado, porque essa coisa não deu muito certo, mas nós conversamos, tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na próxima semana, se isso for de interesse, mas ele pareceu um homem muito agradável. Na verdade, ele gostou de mim"
O ex-presidente Michel Temer criticou, durante evento realizado em Salvador, o fato de Lula não tentar uma ligação ao líder americano. Segundo Temer, Trump não negaria uma conversa com o chefe do Executivo brasileiro.
Outro assunto tratado por ambos os líderes foi a defesa do reconhecimento da Palestina. O assunto tem repercutido internacionalmente, ante o recrudescimento do conflito pela terra santa.
Segundo Lula, "nada justifica o genocídio em curso" na Faixa de Gaza. O petista ainda comentou a ausência do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, não participou do evento pois os EUA revogaram os vistos de todos os membros do governo palestino. Diversas autoridades brasileiras também perderam vistos por decisão do governo Trump, entre elas Alexandre de Moraes.
"Os atentados terroristas perpetrados pelo Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo, mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza", afirmou Lula.
Já Trump entende que reconhecer a Palestina seria dar recompensa para o grupo terrorista Hamas.
"Agora, como forma como se para encorajar conflito contínuo, alguns deste órgão querem reconhecer unilateralmente um Estado palestino. Recompensa seria muito grande para os terroristas do Hamas. Isso seria uma recompensa por suas horríveis atrocidades", comentou.
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