Justiça quebra sigilos de Carlos Bolsonaro em investigação sobre suspeita de funcionários fantasmas
O MP-RJ também aponta suspeitas no uso de dinheiro vivo por parte do vereador. Ele cita o uso de recursos em espécie, por R$ 150 mil, na aquisição de um imóvel.
A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) em meio à investigação de desvio de recursos públicos em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio.
O pedido do Ministério Público, revelado pela Globonews e confirmado pela Folha de São Paulo, mirou o filho de Jair Bolsonaro bem como outras 26 pessoas, incluindo a ex-mulher do presidente, a advogada Ana Cristina Siqueira Valle, que também teve seus sigilos quebrados.
A suspeita contra Carlos é a prática de "rachadinha", num esquema semelhante ao atribuído ao irmão, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). Nele, os funcionários são obrigados a devolver parte do salário para o parlamentar.
Ana Cristina é suspeita de ser operadora do esquema no gabinete de Carlos. Ela teve sete parentes empregados na Câmara, uma delas Andrea Siqueira Valle, que também é investigada no caso de Flávio. A ex-mulher do presidente teve dez familiares empregados no antigo gabinete do senador na Assembleia Legislativa. Em nota, a defesa do vereador afirmou que ele "permanece à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento". A investigação foi aberta depois de notícias sobre funcionários lotados no gabinete de Carlos que aparentemente não prestavam serviço para o vereador.
No início de 2019, porém, ele fez uma limpeza em seu gabinete, assim que o pai assumiu o Palácio do Planalto. Nos meses de janeiro e fevereiro, o vereador exonerou nove funcionários. Cileide foi um deles, demitida após 18 anos - recentemente com remuneração de R$ 7.483.
A carga horária prevista para assessores comissionados da Câmara Municipal do Rio é de seis horas diárias, que não precisam ser cumpridas no espaço físico da Casa. Esses funcionários não batem ponto e têm a frequência assinada pelo próprio vereador.
O MP-RJ também aponta suspeitas no uso de dinheiro vivo por parte do vereador. Ele cita o uso de recursos em espécie, por R$ 150 mil, na aquisição de um imóvel, e para o pagamento de uma dívida de R$ 15,5 mil com uma corretora de valores.
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