Governo demite diretor que teria dado aval para negociar vacinas da AstraZeneca; emails revelam transação, segundo reportagem
Lauricio Monteiro Cruz permitiu que entidade presidida por reverendo negociasse 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
O diretor do departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, foi exonerado do cargo nesta quinta-feira (8/7), segundo publicação no Diário Oficial da União. Ele havia dado aval para que um reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro.
Cruz foi nomeado em 31 de agosto de 2020, na gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello. A demissão vem assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos, e acontece no momento em que a CPI da Pandemia investiga um suposto pedido de propina vindo de dentro da Saúde envolvendo doses da vacina AstraZeneca.
E-mails revelados em reportagem do Jornal Nacional mostram que Cruz deu aval para que o reverendo Amilton Gomes de Paula e a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) negociassem a compra da vacina por US$ 17,50 a dose.
O valor indicado pelo reverendo no e-mail à Davati representa 3 vezes mais do que os US$ 5,25 que o Ministério da Saúde pagou em cada dose da vacina AstraZeneca comprada em janeiro, de um laboratório na Índia.
Por saber dos trâmites envolvendo as negociações acerca do contrato com a Precisa, Lauricio Monteiro Cruz foi oficialmente convocado, na sessão de quarta-feira (08), a prestar depoimento na CPI da Pandemia. Amilton Gomes de Paula também será ouvido pelos senadores.
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