Governo define critérios de prioridade do Plano Brasil Soberano

Dentre os critérios de prioridade do Plano Brasil Soberano está o quanto a empresa exporta aos EUA

Por João Tramm.

O governo federal publicou nesta sexta-feira (22) a Portaria nº 17/2025, que estabelece os critérios de priorização para empresas que terão acesso às medidas de apoio previstas no Plano Brasil Soberano. A iniciativa busca amparar exportadores brasileiros impactados pela recente decisão dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais sobre produtos nacionais.

De acordo com o texto, assinado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, terão prioridade pessoas jurídicas de direito privado com sede no Brasil que exportem bens diretamente para os EUA ou por meio de empresas comerciais exportadoras.

Governo define critérios de prioridade do Plano Brasil Soberano; Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Quem terá prioridade

O benefício contemplará especialmente empresas que:

  • tenham sido afetadas pela ordem executiva norte-americana de 30 de julho de 2025, que instituiu novas tarifas contra exportações brasileiras;

  • tenham registrado pelo menos 5% do faturamento bruto em exportações para os EUA entre julho de 2024 e junho de 2025.

Dentro desse grupo, o governo estabeleceu níveis de prioridade adicionais:

  • empresas cuja receita com exportações para os EUA represente 20% ou mais do faturamento total poderão acessar linhas de financiamento em condições mais vantajosas;

  • companhias com receita bruta anual igual ou inferior a R$ 300 milhões terão ainda mais facilidades para obter crédito.

O texto também prevê que microempreendedores individuais (MEIs), produtores rurais com CNPJ e empresas individuais poderão se enquadrar nos critérios, ampliando o alcance do apoio.

As empresas contempladas terão prioridade no acesso às linhas de financiamento vinculadas ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE). As condições específicas de juros, prazos e encargos ainda serão definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Medidas fora da priorização

A portaria ressalta que os critérios de priorização não se aplicam a outras medidas previstas na MP nº 1.309, como:

  • a prorrogação excepcional de prazos do regime especial de drawback;

  • ações emergenciais para a aquisição de alimentos;

  • e medidas ligadas ao Seguro de Crédito à Exportação.

Brasil Soberano

De acordo com a Presidência da República, o plano tem três eixos: fortalecimento do setor produtivo; proteção aos trabalhadores; e diplomacia comercial e multilateralismo.

O governo federal realizou 39 reuniões com cerca de 400 representantes de empresas e/ou entidades privadas, federações de indústrias, governadores e segmentos como manufatura, agro, tecnologia, mineração, big techs, indústria da saúde, alimentação, calçadista, moveleira, entre outros, bem como empresas norte-americanas para elaborar o plano.

“Com o Plano Brasil Soberano, o governo federal não está apenas reagindo a uma ameaça imediata: está reconstruindo e fortalecendo o sistema nacional de financiamento e seguro à exportação, para que o país seja mais competitivo e menos vulnerável a esse tipo de medida no futuro”, afirma texto do Planalto.

Segundo o presidente, o Brasil não pretende anunciar tarifas recíprocas e não vai desistir das negociações comerciais, mesmo admitindo que não há, no momento, interlocução. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, está tentando negociar, assim como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. "O que nós não estamos encontrando é interlocução", acrescentou.

No entanto, ele mesmo não tem pressa e, por enquanto, nem mesmo intenção de ligar para Trump. "Pode ter certeza de uma coisa: o dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar, eu não terei dúvida de ligar para ele. Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversar. E eu não vou me humilhar", disse.

 Ricardo Stuckert / PR

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