De qual partido é Bruno Reis, prefeito de Salvador?

De qual partido é Bruno Reis, prefeito de Salvador? Embora muitos associem o gestor apenas ao DEM e, atualmente, ao União Brasil, sua história revela que, antes de se consolidar no grupo de ACM Neto, ele teve passagem por outras legendas – algo pouco lembrado até hoje.

Mesmo com seu caminhar em outras legendas, sua trajetória é marcada por lealdade ao campo liderado pelo carlismo.

Antes do União Brasil, Bruno Reis já teve outros partidos

O caminho de Bruno Reis prefeito de Salvador partido começou no PRP (Partido Republicano Progressista), quando foi eleito deputado estadual em 2010 para o mandato de 2011 a 2015. Esse detalhe, que muitos eleitores desconhecem, mostra que sua primeira vitória nas urnas não aconteceu pelo MDB ou pelo DEM, partidos mais associados ao seu nome.

Apesar disso, o PRP se aproximou do governo petista, na época dirigido por Jaques Wagner. Assim, pela lealdade de Bruno ao grupo carlista e suas ideias próximas da oposição, o então deputado procurou uma nova Casa para disputar o pleito seguinte.

“Para manter a coerência política, não tinha como mudar de rumo. Fui eleito pela oposição e tinha que respeitar o meu eleitor”, afirmou o parlamentar, que na época era vice-líder da oposição na Assembleia Legislativa.

Neste cenário, em 2014, foi reeleito deputado estadual já pelo MDB, legenda que teve papel estratégico em sua ascensão. Inclusive, no dia da filiação de Bruno Reis ao MDB, na época PMDB, ACM Neto brincou sobre o fato do então deputado estadual não ter escolhido se filiar seu partido, DEM: “Ainda bem que não sou ciumento”, brincou. No momento, Neto afirmou que a ida de Bruno ao PMDB fortalecia a união com o Democratas. 

 Assim, foi pelo MDB que Bruno conquistou a indicação para a vice-prefeitura de Salvador em 2016, compondo a chapa de ACM Neto. Ao Aratu On, o presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, destacou relação do atual chefe municipal com o MDB. 

“A relação de Bruno era mais afinada com o MDB do que com o próprio ACM Neto. Ele conseguiu a indicação para vice-prefeito graças ao MDB, já que Neto defendia outro nome. Neto queria Luiz Carrera como vice”.

PMDB: então partido de Bruno Reis rompe com ACM Neto

No entanto, o rompimento veio na esteira da crise que atingiu Geddel Vieira Lima e o escândalo das malas de dinheiro encontradas pela Operação Lava-Jato. O fato foi utilizado para marcado pelo afastamento entre o DEM e o PMDB. Apesar disso, segundo Lúcio, esse fato não afastou completamente a ligação da legenda com Bruno. 

“Ele se distanciou politicamente, mas a relação pessoal sempre foi muito boa”, relatou Lúcio Vieira Lima.

O ex-ministro Geddel Vieira Lima chegou a publicar uma foto ao lado do prefeito, afirmando que conversou “respeitosamente” com o gestor municipal sobre o futuro de Salvador. O emedebista comentou também que “gosta de Bruno Reis”, além de ter dito que na política "posições antagônicas não devem impedir o diálogo", nem buscar criar inimizades.

“Hoje estamos em campos opostos, isso não nos impede de nos respeitarmos, dialogarmos, convivermos. E o futuro? Dele somos contemporâneos, deixa o futuro chegar”, escreveu após o encontro.

O gesto ocorreu em um momento de indefinições sobre a posição do MDB em relação à base governista de Jerônimo Rodrigues (PT) nas eleições de 2026, sinalizando que Bruno continua sendo visto como figura central no tabuleiro político baiano.

História no partido atual do prefeito de Salvador Bruno Reis

Apesar da história no MDB, Bruno Reis nunca se afastou totalmente do campo político de Neto, a quem assessora desde os anos 2000, na época em que era deputado federal. Antes disso, iniciou sua carreira política na juventude do antigo PFL, antecessor do DEM.

A parceria de Bruno com ACM Neto começou há cerca de 20 anos, ainda na juventude partidária do PFL. Em vídeo publicado em suas redes sociais, ele lembra: “No meio de tantos jovens, eu e Neto começamos a organizar, na época, o trabalho da juventude partidária em Salvador no final de 1999. Em abril de 2000, ele me chamou para a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, onde ele trabalhava, ele me convidou para ser o primeiro assessor dele. Aprendemos juntos e ajudamos a transformar Salvador juntos. Temos uma forte relação”.

Esse alinhamento pesou para que, em 2018, ele deixasse o MDB e se filiasse ao DEM, mesmo partido de ACM Neto. Na ocasião, declarou: “Retorno para a casa de onde nunca saí. Foi aqui que comecei a minha caminhada política”. A mudança consolidou seu espaço como sucessor de Neto na prefeitura de Salvador, levando-o a ser eleito em 2020.

Atualmente, o partido de Bruno Reis é o União Brasil, legenda formada em 2021 a partir da fusão entre DEM e PSL. Pela nova sigla, ele continua governando Salvador, dando sequência ao projeto iniciado por ACM Neto em 2013.

União Brasil: partido do prefeito Bruno Reis é de direita

O prefeito de Salvador, Bruno Reis, pela sua filiação com União Brasil e proximidade com o líder da oposição, ACM Neto, o gestor apresenta sua afinidade política muito específica com o campo da direita. Apesar disso, nas últimas eleições Reis buscou se afastar de debates ideológicos, ampliando sua base de apoio. O resultado foi a maior votação da história: 78% dos votos, superando em 266.282 votos de 2020.

A coalizão que o elegeu também evidencia seu alinhamento de centro-direita. Entre os partidos que apoiaram sua candidatura estavam União, Republicanos, PP, PDT, PL, PRD, DC, PRTB, Novo, Mobiliza, PMB e a Federação PSDB-Cidadania.