Bolsonaro mandou inserir dados falsos de vacina em sistema do SUS, diz Cid
A delação de Cid teve seu sigilo derrubado nesta quarta-feira (19), por decisão de Alexandre de Moraes
Por Bruna Castelo Branco.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou, em delação premiada, que recebeu ordens do então presidente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19, com o intuito de obter certificados de vacinação fraudulentos em nome de Bolsonaro e de sua filha. O ex-presidente não havia se imunizado contra a doença.
A delação de Cid teve seu sigilo derrubado nesta quarta-feira (19), por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. No depoimento dado à Polícia Federal em agosto de 2023, Cid revelou que a ordem foi dada por Bolsonaro após descobrir que seu ajudante de ordens havia conseguido cartões de vacinação para si e sua família, inserindo dados falsos no sistema Conecte SUS em 2021.
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Cid, que gerenciava a conta do Conecte SUS de Bolsonaro, contou que, após inserir os dados, imprimiu os dois cartões (um para Bolsonaro e outro para sua filha) e os entregou pessoalmente ao ex-presidente.
Segundo o delator, o objetivo de obter os cartões falsos era utilizá-los em situações que exigissem o comprovante de vacinação, como viagens internacionais, quando o documento ainda era exigido por alguns países. Cid também afirmou que os dados foram excluídos do sistema após a impressão dos cartões.
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No final de seu mandato, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro, acompanhado da esposa e da filha. No entanto, como o ex-presidente usava passaporte diplomático, ele não precisaria apresentar um cartão de vacinação contra a Covid-19, de acordo com as regras americanas.
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