Surto 'épico' de gafanhotos atinge mais de 15 Estados e provoca devastação em lavouras e pastagens dos EUA
Os insetos também podem devastar plantações de alfafa, milho, trigo e cevada e reduzir o habitat e as fontes de alimentação para os animais selvagens da região.
Um surto de gafanhotos está causando um verdadeiro rastro de milhões de dólares em prejuízos aos Estados Unidos. A nuvem dos insetos afeta pelo menos 15 estados e vem provocando devastação em lavouras e pastagens no Oeste.
Os insetos também podem devastar plantações de alfafa, milho, trigo e cevada e reduzir o habitat e as fontes de alimentação para os animais selvagens da região. Além disso, provocam danos à fruticultura e à apicultura.
O Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (APHIS, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, responsável pelo controle de doenças e pragas, já tratou mais de 325 mil hectares com inseticidas na tentativa de conter a população de gafanhotos e dos chamados grilos Mórmons (Anabrus simplex), que também são comuns na região e vêm causando danos semelhantes neste ano.
O diretor de política nacional da APHIS, Bill Wesela, alega que esse tratamento vai proteger mais de 650 mil hectares, mas ainda há várias outras ações programadas em diversos Estados.
"Gafanhotos e grilos Mórmons são componentes naturais do ecossistema (nesta região dos EUA), mas quando suas populações atingem níveis de surto eles causam graves perdas econômicas aos recursos agrícolas, particularmente em condições (climáticas) quentes e secas", observa Wesela.
A população de gafanhotos já era maior do que o comum no ano passado e aumentou ainda mais neste ano com a seca e as altas temperaturas na região. Alguns cientistas contestam que o período mais eficaz para controlar esses insetos é entre abril e maio, quando os ovos eclodem e os gafanhotos ainda são pequenos e estão mais vulneráveis.
A medida que esses animais atingem a fase adulta, o inseticida se torna menos eficaz. Neste mês, em grande parte dos Estados afetados os insetos atingiram a fase adulta e já podem depositar seus ovos para o ano seguinte. Com isso, em várias áreas já é muito tarde para combater o problema, e o foco passa a ser planejar o controle para 2022.
"Precisamos estar preparados para a possibilidade de que todos os anos tenhamos uma situação semelhante, com populações (de gafanhotos) maiores, por causa das mudanças climáticas e da seca associada (a essas mudanças) nesses Estados", afirmou em entrevista à BBC News Brasil o entomologista Helmuth Rogg, diretor do programa de plantas do Departamento de Agricultura de Oregon.
LEIA MAIS: A pedido do MP-BA, corpo de miliciano Adriano da Nóbrega é exumado e passará por novos exames
Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.