'Genocídio', diz presidente Lula sobre situação em Gaza

Lula voltou a classificar situação em Gaza como genocídio e disse que Israel precisa parar de vitimismo

Por Da Redação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta terça-feira (3), as ações do governo de Israel na Faixa de Gaza. Durante conversa com jornalistas, o presidente afirmou que a situação no território palestino "não é uma guerra", mas sim "um genocídio".

Presidente Lula falou que Israel precisa parar de vitimismo | Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“O que está acontecendo em Gaza não é uma guerra. É um Exército matando mulheres e crianças. Possivelmente, todas as pessoas de bom senso no mundo, inclusive gente do povo de Israel… E vocês já devem ter leito uma carta do ex-primeiro-ministro de Israel, criticando que não é mais uma guerra, de que é um genocídio”, disse Lula.

O presidente também mencionou críticas de autoridades israelenses e militares do próprio país às ações conduzidas pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Lula classificou como “vitimismo” a postura do Estado de Israel diante das acusações internacionais.

“Em vez de dizer que é antissemitismo, precisa parar com esse vitimismo. O que está acontecendo na Faixa de Gaza é um genocídio. É a morte de mulheres e crianças que não estão participando de guerra. É a decisão de um governo que nenhum povo judeu quer. Nem o povo judeu quer”, afirmou.

Ao comentar imagens de violência na região, Lula descreveu cenas de crianças sendo mortas enquanto carregavam alimentos. Segundo ele, esses episódios tornam inaceitável a classificação do conflito como uma guerra convencional.

“Eu não sei se vocês viram a cena de duas crianças que estavam carregando farinha para comer e que foram mortas”, relatou. “Então, não dá, como um ser humano… Não é nem como um presidente da República, é como um ser humano a aceitar isso como se fosse uma guerra normal. Não é.”

Durante a fala, o presidente reafirmou o posicionamento do Brasil em defesa da criação do Estado Palestino, com base nas fronteiras anteriores a 1967. Segundo Lula, o reconhecimento do território palestino é fundamental para alcançar a paz na região.

“O Brasil foi o primeiro Estado a reconhecer o Estado Palestino, aqui na América do Sul. E eu volto a reafirmar que só haverá paz quando a gente tiver consciência que o palestino tem direito ao seu Estado e à terra demarcada”, disse.

“O governo de Israel não quer deixar [o acordo de 1967] ser cumprido e, todo dia, manda gente atacar o território palestino, inclusive tentando atacar a Cisjordânia para agredir produtores rurais palestinos”, completou o presidente.

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Ao encerrar sua declaração, Lula argumentou que o histórico de sofrimento do povo judeu deveria motivar o governo israelense a adotar uma postura mais humanitária em relação aos palestinos.

“Ou seja, é exatamente por conta do que o povo judeu sofreu na sua história que o governo de Israel deveria ter bom senso e humanismo no trato com o povo palestino. Eles se comportam como se o povo palestino fosse cidadão de segunda classe”, concluiu.

Israel aprovou plano para conquistar Gaza

Desde o início de maio, Israel intensificou sua ofensiva contra Gaza. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que pretende manter controle total sobre a região, apesar da crescente pressão internacional por um cessar-fogo. No dia 26 do mês passado, inclusive, um bombardeio israelense atingiu uma escola que servia de abrigo para deslocados em Gaza e matou 36 pessoas, além de deixar dezenas de feridos.

Ataque no final de maio deixo mais de 30 mortos em Gaza | Imagem: Reprodução/X

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