Caso Binho Galinha: delegados são ouvidos em primeiro dia de julgamento

Binho Galinha é apontado como líder de grupo miliciano com atuação em Feira de Santana

Por Matheus Caldas.

Três delegados foram ouvidos nesta terça-feira (23) como testemunhas de acusação das audiências de instrução e julgamento dos réus da Operação El Patrón. Um deles é o deputado estadual Binho Galinha (PRD), apontado como líder de grupo miliciano com atuação em Feira de Santana.

A audiência ocorre deste a última terça-feira e segue durante esta semana, no Fórum Filinto Bastos, em Feira. Segundo a TV Subaé, um dos delegados ouvidos é federal. 

De acordo com a reportagem, Binho Galinha acompanhou pessoalmente o primeiro dia de depoimentos. Além dele, outras 13 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Os julgamentos acontecerão até esta quinta-feira (25).

Na próxima semana, Binho Galinha comparecerá ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), em Salvador, para julgamento um habeas corpus pedido por ele. O mérito será julgado pela Segunda Turma da Primeira Câmara Criminal da Corte.

O colegiado vai julgar um habeas corpus apresentado pela defesa de Binho Galinha contra decisões da 1ª Vara Criminal de Feira de Santana. O processo tramita em segredo de Justiça, portanto, não há mais detalhes a respeito do processo.

Binho Galinha | Foto: @binho.galinha/Instagram

Operação El Patrón

Em agosto, o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), reverteu decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que havia anulado provas colhidas na Operação El Patrón contra Binho Galinha e outros investigados por integrar milícia em Feira de Santana. Além do deputado, são réus a esposa, Mayana Cerqueira da Silva, e o filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano.

A decisão monocrática de Zanin, à época, acatou recurso do Ministério Público da Bahia (MP-BA) contra a alegação de problemas processuais. O ministro reconheceu a legalidade do compartilhamento de informações financeiras.

O STF frisou que não houve indícios de abuso por parte das autoridades, como o chamado “fishing expedition”, e que a solicitação da Polícia Federal foi precedida de procedimento investigativo formal. A Primeira Turma da Corte ainda rejeitou recurso apresentado pelo parlamentar.

Quem é Binho Galinha

Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha, é apontado pelo MP-BA como líder de uma organização criminosa atuante em Feira de Santana. A denúncia atribui ao grupo atividades de milícia, receptação, jogo do bicho, extorsão, agiotagem, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Deflagrada em dezembro de 2023, a Operação El Patrón cumpriu dez mandados de prisão preventiva, 33 de busca e apreensão, bloqueio de R$ 200 milhões em contas bancárias e sequestro de 40 imóveis urbanos e rurais, além da suspensão de atividades de seis empresas.

O Ministério Público calculou em R$ 700 milhões o valor total cobrado, incluindo danos morais supostamente causados pela organização.

Na época, o deputado afirmou, em nota, que confiava na Justiça e que estava à “disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto à transparência dos fatos”.

Binho Galinha foi denunciado em 2023, pelo MP-BA, pela prática de receptação, contravenção do jogo do bicho, extorsão, agiotagem, lavagem de capitais e outros delitos. Outras 14 pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público.

Binho Galinha | Foto: Agência AL-BA

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