Polícia detalha ação em Valéria e diz que dois dos seis mortos não tinham antecedentes criminais
Polícia detalha ação em Valéria e diz que dois dos seis mortos não tinham antecedentes criminais
Foi apresentado nesta segunda-feira (10) o balanço final da ação policial deflagrada na última sexta-feira, durante operação conjunta das polícias Civil e Militar, nos bairros de Valéria e Fazenda Coutos, em Salvador. Responsável pela coordenação, o titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), delegado Odair Carneiro, disse que os seis homens mortos estavam envolvidos em treze homicídios ocorridos na região, somente entre os dias 25 de fevereiro e 25 de julho deste ano. Dois deles, no entanto, não possuem passagens pela polícia.
Odair Carneiro disse ainda que o grupo integra uma quadrilha responsável por dezenas de crimes, entre eles, o triplo homicídio de Fábio Conceição Brito, o ?Cebola?, Ubiraí Albana Nascimento e um homem de prenome ?Caíque?, mortos a tiros no dia 25 de fevereiro, em Fazenda Coutos.
Ainda segundo a polícia, já em 9 de abril, o grupo executou o policial militar da reserva José Nilton de Aleluia, no Jardim Valéria. Outro triplo homicídio ocorrido em oito de junho é atribuído à quadrilha. Na ocasião, Edvaldo Lima da Paixão, Jeferson Pereira dos Santos e Juvenal Santos da Silva foram mortos, em Jardim Valéria.
Emerson Souza Santos, José Mateus Oliveira de Souza e um terceiro homem que sobreviveu também são vítimas do grupo. Os três foram atacados pela quadrilha na noite de 23 de julho, dois dias antes da chacina que vitimou o policial militar Osvaldo Costa da Conceição Filho, o filho dele Heillander da Silva Conceição e outros dois homens, também no Jardim Valéria.
Durante as investigações a todos estes crimes, o que chamou a atenção da polícia foi o relato de testemunhas quanto à violência com que agiam os criminosos. ?Esta quadrilha tem como modus operandi torturar suas vítimas antes de matá-las, sempre com muita crueldade, utilizando facões e esquartejando os corpos?, salientou o delegado José Bezerra, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Mandados
Ainda de acordo com a polícia, dos seis mortos em confronto, quatro possuíam antecedentes criminais. Marcos Santos de Jesus, de 24 anos, por roubo de veículo, tráfico, homicídio, porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e Lei Maria da Penha. José Márcio Cardoso de Jesus, 29, já havia sido preso por roubo de carros, e Hugo Leonardo Farias dos Santos, 22, tinha um mandado de prisão em aberto por homicídio, respondendo a inquéritos por receptação e roubo de veículos.
Já Jorge Lucas Santos da Cruz, 23, foi preso por tráfico de drogas, possuindo ação penal. Lucinei Cardoso Barbosa, o ?Pinha? ou ?Gago?, 34, estava com a prisão decretada pela Justiça. Ele participou da chacina que vitimou um sargento PM e outras três pessoas, bem como, todos os comparsas mortos.
O último a ser identificado foi o adolescente Adriano Jesus Santos, de 15 anos, que não tem passagem pela Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), mas será investigado o seu envolvimento na quadrilha, uma vez que teve seu nome indicado por testemunhas e comparsas também como participante em diversos destes homicídios.
Foi dito também na apresentação que os seis reagiram à abordagem, em quatro confrontos distintos, disparando contra os policiais. Houve troca de tiros e todos foram socorridos ao Hospital do Subúrbio depois de feridos, mas não resistiram. Seis armas foram apreendidas com os traficantes mortos, duas pistolas calibres ponto 40 e 380, e quatro revólveres calibre 38.
Flagrantes
Das 13 pessoas conduzidas ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), cinco ficaram presas. Rodrigo Santos de Jesus, Mateus Gomes de Jesus, Leomar Batista da Visitação e Paulo Sérgio de Jesus Santos foram flagrados, nas localidades do Iraque e Lagoa da Paixão, em Valéria, com porções de cocaína, crack e maconha, dois coletes antibalísticos, balanças de precisão, facas, facões e R$ 9 mil, em dinheiro.
Já Everton Lucas Soares da Silva, foragido da carceragem da Delegacia Territorial de Santo Amaro, estava com um mandado de prisão em aberto por condenação a seis anos de prisão por tráfico de drogas, sendo surpreendido pela polícia, na Lagoa da Paixão, em Valéria. Lucas também era investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) pela morte de Roberto Dias Lima, em quatro de junho, de 2015.