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Instituto afro pede ao MPBA que barre show de Claudia Leitte no Carnaval

O instituto quer, além da proibição dos shows, que Claudia Leitte pague uma multa de R$ 10 milhões

Fonte: Lucas Pereira

O Instituto de Direitos de Matrizes Africanas (Idafro) solicitou ao Ministério Público da Bahia (MPBA) que recomende ao Governo da Bahia e à Prefeitura de Salvador que não contratem a cantora Claudia Leitte durante o Carnaval. A ação é mais um capítulo do caso envolvendo investigação de intolerância religiosa envolvendo a artista.


O Idafro solicitou que Claudia Leitte não tivesse shows contratados no Carnaval. Foto: Redes Sociais

O Idafro solicitou que Claudia Leitte não tivesse shows contratados no Carnaval. Foto: Redes Sociais




Vale destacar que o Idafro, juntamente com a ialorixá Jaciara Ribeiro, entraram com pedido judicial para que Claudia Leitte pagasse R$ 10 milhões como multa por danos morais pela troca da palavra "Yemanjá" por "Yeshua" na música "Caranguejo".


A petição, desta quinta-feira (30), foi endereçada à juíza Livia Santana e Sant'Anna Vaz, da Promotoria de Justiça Especializada no Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. Os requerentes citam o dispositivo da Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, que tem força de emenda constitucional.


Vale lembrar que além da multa, foi pedido que a artista cante a música original e não mude a letra.


O caso



A alteração na letra foi feita em dezembro de 2024, durante o primeiro ensaio de Carnaval, e repetida no pré-réveillon em Recife (PE). O caso é visto como um exemplo de combate ao desrespeito às religiões de matriz africana. Leonel Monteiro, presidente da Associação Afro-Ameríndia, destacou a importância da ação. "É um marco para que o poder público tome medidas mais firmes contra o apagamento de nossa cultura afro-indígena religiosa", afirmou.


Na última segunda-feira (27), o Ministério Público realizou uma audiência pública para discutir o Inquérito Civil instaurado para apurar uma denúncia de racismo religioso contra a cantora Cláudia Leitte.


A promotora de Justiça Lívia Vaz reforçou o papel do MP na garantia da liberdade religiosa. "Esperamos que essa audiência seja um exemplo de que devemos atuar para assegurar igualdade de direitos a todas as pessoas", declarou.


Após a repercussão do caso, o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, publicou um texto ressaltando a importância dos cultos de matriz africana na cultura da Axé Music. 


Na postagem, o secretário destacou a relevância das religiões de matriz africana para a criação do movimento Axé Music e aproveitou para enviar um recado aos artistas que, após crescerem e se consolidarem através dessa cultura, decidem reescrever a história, retirando o nome dos Orixás das músicas.


"Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo", escreveu Pedro Tourinho em um trecho da publicação.


Claudia Leitte está sendo processada por intolerância religiosa. Foto:Redes Sociais

Claudia Leitte está sendo processada por intolerância religiosa. Foto:Redes Sociais




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