INDEPENDÊNCIA PARTIDÁRIA: Novo diretor da PF diz que combate à corrupção será prioridade
INDEPENDÊNCIA PARTIDÁRIA: Novo diretor da PF diz que combate à corrupção será prioridade
Em cerimônia de transferência de cargo nesta segunda-feira (20/11), o novo diretor geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, afirmou ter o combate à corrupção como prioridade e prometeu independência partidária nas ações à frente da corporação.
Sem citar nomes ou situações específicas, em discurso, Segovia afirmou que o Brasil vive “vendaval de dúvidas e questionamentos quanto ao futuro da Polícia Federal”, mas que recebeu a missão de comandar a corporação com honra e senso de responsabilidade.
“Gostaria de reafirmar que a minha postura, como tradição, é obedecer sempre e estritamente as leis e a Constituição, respeitando os direitos humanos, com base na hierarquia, e, ao mesmo tempo, a independência no cumprimento de meu dever”, declarou.
Segundo o novo diretor, ele tem uma “indignação que jamais termina”, pois são muitos os males que “afligem a sociedade”. No entanto, disse ser um “otimista convicto e com sede de Justiça”, mas ressaltou ter os pés no chão.
“É nesse espírito de equipe, todos unidos, que buscaremos o combate incansável à corrupção no Brasil, que continuará sendo a agenda prioritária da Polícia Federal tendo como premissa a continuidade de operações especiais tais como Lava Jato, Cui Bono?, Sermão aos Peixes, Cadeia Velha, Lama Asfáltica e tantas outras em andamento nos inquéritos que tramitam no STF [Supremo Tribunal Federal] e nas varas da Justiça Federal Brasil afora”, afirmou.
Outras prioridades em sua gestão, disse, serão o combate ao crime organizado nas diversas modalidades, com destaque para o tráfico de drogas, armas e munições, e aos crimes ambientais. Ele ainda citou ainda que a Polícia Federal agirá com imparcialidade no “capítulo especial” que se desenrolará no ano que vem nas eleições.
“É esperado um papel republicano da Polícia Federal, isenção total no processo eleitoral coibindo qualquer tipo de crime, independentemente de partidos políticos, garantindo assim a lisura do processo eleitoral e que a vontade do eleitor prevaleça a qualquer tipo de ação criminosa”, disse.
Segovia foi anunciado como substituto de Leandro Daiello em 8 de novembro. Daiello estava desde 2011 no comando da corporação e sua saída era negociada desde o início do governo do presidente Michel Temer (PMDB), no ano passado.
Nesta segunda, a aposentadoria de Daiello, a pedido do próprio, foi publicada no Diário Oficial da União.
Temer compareceu à solenidade na sede do Ministério da Justiça, em Brasília, mas não discursou. Mais cedo, ele se encontrou com o ministro da Defesa e os três comandantes das Forças Armadas no Palácio do Planalto.
Também estiveram presentes o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), e o ministro do STF, Dias Tóffoli, próximo a assumir a presidência da Corte.
Embora a cerimônia desta segunda seja de transferência de cargo, Segovia já havia tomado posse no dia 10 em compromisso fora da agenda oficial do ministro da Justiça, Torquato Jardim. Na ocasião, Segovia afirmou querer ampliar operações da corporação e disse haver “corrupção sistêmica” no Brasil.
Na semana passada, após reunião com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, Segovia falou que as investigações que tramitam no tribunal precisam de reforço da Polícia Federal e uma alternativa estudada para fazer frente a essa demanda seria o remanejamento de delegados e agentes da PF para atuar em inquéritos no Supremo.
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