FICARAM SEQUELAS: Uma semana após ‘falso atentado’, baianos admitem temor com início das Olimpíadas
FICARAM SEQUELAS: Uma semana após ‘falso atentado’, baianos admitem temor com início das Olimpíadas
Há uma semana, Salvador parava. O simples exame da Ordem dos Advogados do Brasil tornou-se algo cinematográfico. Não era por menos. Afinal, os 3,4 mil estudantes que aguardavam o horário para o início da prova na Unijorge, na Avenida Paralela, inconscientemente, viraram personagens coadjuvantes do filme de terror protagonizado pelo ‘homem-bomba’ Frank Oliveira da Costa. Felizmente, não se passou de um susto.
Mais tarde, após mobilização do Batalhão de Operações Especiais Policiais (BOPE), agentes da Polícia Federal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Secretária de Segurança Pública foi comprovado que Frank possuía, ao invés de uma bomba, balas de gengibre presas ao corpo.
Superado o susto, o Aratu Online resolveu ir a um dos principais pontos turísticos da capital baiana para saber se, de alguma forma, a falsa ameaça terrorista alterou a rotina de baianos e turistas. Em pouco minutos, após a reportagem chegar ao Farol da Barra, os discursos registrados pelo repórteres Diego Adans e Daniela Mazzei eram antagônicos.
Que o diga o casal de advogados Caio Fonseca e Gabriela Castro. É a primeira vez que os gaúchos, de Erechim, visitam Salvador. Antes mesmo da viagem, souberam do ?falso atentado? e se precaveram. ?É até engraçado… soubemos da notícia não pela mídia, mas, sim, nos grupos de whatsapp que temos. Num primeiro momento, achamos que se tratava de uhema piada, mas, pesquisamos para ver e constatamos que (a história) havia sido verdade. Então, é aquela coisa, não deixaríamos de vir concer Salvador, mas, é claro, que nos fez ficar mais alerta. Mostrou a fragilidade da segurança até mesmo numa instituição particular?, ressaltou Caio.
Já Gabriela revelou ?as táticas? usadas pelo casal. ?Iremos visitar, se possível, a maioria dos pontos turísticos daqui, mas evitaremos os horários de ?pico?. Estamos sempre alerta, evitamos ficar em aglomerações também. Torcemos para que não haja nada disso nem por aqui, nem em qualquer lugar do país, mas não podemos dar vez ao ?azar??.
Já para o autônomo Arnaldo Silva não houve qualquer tipo de mudança na sua rotina diária. ? O que ocorreu lá na Faculdade foi um fato lamentável de uma pessoa desesperada. Mas minha rotina segue a mesma, não estou com medo. Não acredito que possa ocorrer nenhum tipo de atentado aqui durante as Olimpíadas. As pessoas continuam frequentando aqui, tiram fotos, está normal…?, diz o Arnaldo, que há 13 anos vende coco no Farol da Barra.
Durante a realização da Copa do Mundo de 2014, o Brasil recebeu cerca de 1 milhão de visitantes de 202 países, segundo dados do Governo Federal. A partir da próxima quinta-feira (4/7), a Arena Fonte Nova volta a ser um das sedes de um torneio internacional de futebol. Desta vez, vai abrigar 10 partidas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Apesar da proximidade da competição, a baiana Manuele Santana assegura que o público, principalmente de turistas que frequentam o Farol da Barra, está muito aquém se comparado ao Mundial.
?Muito fraco… turistas até estão por aqui. Mas é aquela coisa, as pessoas estão com medo de circular pelas ruas. Ficam aqui, tiram uma foto e, na mesma hora, vão embora. Se comparado a Copa do Mundo, o público é bem menor?, afirmou Manuele.
SIMULADOS
Curiosamente, após o fatídico ocorrido no último sábado (22/7), as Forças Armadas realizaram ao longo desta semana, ao menos, três simulados contra possíveis ataques terroristas. Na última terça-feira (26/7), por exemplo, Marinha, Exército e Aeronáutica realizaram na região do Dique do Tororó ? especificamente em um dos estacionamentos da Arena Fonte Nova ?, no Ferry Boat e no Gran Hotel Stella Maris, ações de defesa elaboradas para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
Em Salvador, a Marinha, responsável pelo controle marítimo, terá efetivo de 600 militares, uma corveta, um navio-patrulha, dois navios-varredores, um aviso de patrulha, dez embarcações de menor porte e um helicóptero. A Força Aérea Brasileira (FAB) terá caças A-29 (Super Tucano) e F5 para interceptação no espaço aéreo. O quantitativo, por uma ?questão estratégica?, não é divulgado.
Já o Exército ficará responsável pela proteção de estruturas estratégicas ? serviços que, se forem interrompidos, provocariam sérios impactos na realização do evento ? e servirá, também, como força de contingência, para o caso de serem acionados para ajudar nas ações de segurança.
Agora, só resta rezar e torcer para que nenhum imprevisto ocorra…