Família de Mãe Bernadete se encontra com governador na SSP nesta quarta-feira (6)
Segundo advogado dos familiares da Mãe Bernadete, motivo da reunião não foi comunicado ao filho e ao neto da yalorixá morta no mês passado em Simões Filho
Familiares da líder quilombola e yalorixá Mãe Bernadete, assassinada a tiros dentro de casa no último 17 de agosto, em Simões Filho, se reúnem na noite desta quarta-feira (6/9) com o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), na Central de Inteligência da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP). Ao Aratu On, o advogado da família da vítima, David Menezes, afirmou que o governo não explicou o motivo da reunião ao filho de Bernadete, Jurandir Pacífico, e ao neto dela, Wellington Adriel.
O advogado disse ainda que ele e a equipe de representação da família não foram autorizados a participar da reunião. "O governador ordenou que nós, advogados da família de Mãe Bernadete, fôssemos barrados, contra a vontade expressa e manifestada de Jurandir e Wellignton", afirmou Menezes, que ainda lamentou: "O governador rodeado de secretários e assessores de um lado, e a família sozinha e completamente fragilizada do outro".
Até a publicação desta matéria, ainda não havia mais informações sobre o motivo e o assunto tratado na reunião.
PRISÕES
Ao menos três pessoas já foram presas, por participação direta ou indireta, no assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, ocorrida no dia 17 de agosto, no município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, durante entrevista coletiva. Na oportunidade, ele atualizou as investigações sobre o crime. A coletiva aconteceu no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro de Itapuã, nesta segunda-feira (4/9).
Um dos suspeitos, localizado no dia 25 de agosto, estava com o celular de Mãe Bernadete. A segunda prisão foi a do executor dos tiros, no município de Araçás. A terceira pessoa, encontrada junto ao indivíduo flagrado com o aparelho móvel, foi detida em Simões Filho e estava com as armas utilizadas no crime. As informações foram confirmadas pela delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito.
O secretário explicou, ainda, que a polícia não tem provas de que tenha se tratado de um crime encomendado. Além disso, não é possível estabelecer, até aqui, uma relação entre a morte da líder quilombola e a do seu filho, Flávio Gabriel Pacífico, o Binho, assassinado em 2017. “Até agora, não existe nenhuma hipótese de que esses homens tenham sido contratados para cometer o crime, nem se sabe se há relação com a morte do filho de Mãe Bernadete”.
Ao todo, as autoridades já colheram depoimento de 64 pessoas. Segundo Werner, a coletiva e as prisões são prestações de contas do que as forças policiais estão fazendo. “A gente não vai deixar passar nenhum tipo de crime. Fazemos questão de dar esse panorama”. Ainda conforme o secretário, todos os departamentos da Polícia Civil estão engajados para concluir o inquérito.
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