Encontramos o Homem Gengibre que causou pânico na OAB: “Quero pedir desculpas”
Encontramos o Homem Gengibre que causou pânico na OAB: “Quero pedir desculpas”
Frank não é um homem comum. Entre críticas ao princípio da mais-valia e graves acusações que dispara a tantas diferentes direções, quase não há espaço para sorrir. ?Não quero que nada dê margem à dupla interpretação?, alertou, antes de ser entrevistado, pela primeira vez após o incidente com as balas de gengibre, na tarde da última segunda-feira (6/3).
Aos 37 anos, Frank Oliveira da Costa só é chamado pelo nome por seus amigos e membros da família, que vive em Natal, no Rio Grande do Norte. Para quem o conheceu através da mídia baiana, ele é o ‘Homem Gengibre’, que provocou pânico no exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em julho de 2016, no prédio da Unijorge, na Avenida Paralela.
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Definindo-se como “apartidário”, o membro da Igreja Universal do Reino de Deus concedeu entrevista ao Aratu Online. “Quero pedir desculpas aos três mil estudantes que prejudiquei”, disse aos jornalistas Pablo Reis e Matheus Carvalho (veja entrevista completa no vídeo abaixo).
Na ocasião, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) precisou de quase 4 horas para negociar com Frank Oliveira. Contaminada pelo medo e por notícias falsas, imaginava se tratar de um ataque terrorista.
?Ele se sente prejudicado por ter cursado direito e não ter sido aprovado na OAB?, justificou Tenente Coronel Coutinho, à época, no programa Que Venha o Povo.
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Apesar do caos, tudo não passou de um protesto, diz ele.
“Não acho justo a pessoa pagar 50 mil reais numa faculdade e não poder trabalhar porque não passou na Ordem”, explicou. Frank não poupou ataques aos “colarinhos brancos” do direito brasileiro, que, segundo ele, triplicaram sua renda orçamentária, entre 2009 e 2011, fazendo uma prova difícil e cara que reprovasse 89% dos concorrentes todos os anos.
De acordo com o presidente da OAB-Bahia Luiz Viana, em entrevista dada à época ao Bom Dia Bahia, apenas 25% dos bacharéis em Direito no estado conseguem ser aprovados na primeira fase do exame. Isso, segundo ele, refletiria a má qualidade das graduações na região.
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O próprio Homem-Gengibre não conseguiu passar no exame. De acordo com ele, foram 18 tentativas, todas frustradas. A OAB, porém, afirma que ele tentou 14 vezes.
Apesar de ter provocado um grande furor na mídia local e na vida de vários candidatos à advocacia, o falso terrorista defendeu seu direito de se manifestar. “Foi extremado, mas quem se arriscou fui eu”, cravou.
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Após quase oito meses do incidente, Frank vive na rua, distante da família e divorciado da esposa. Vende balas de gengibre em pontos de ônibus e em coletivos para sobreviver. Além disso, afirma ter sido espancado por mais de uma vez — a última delas há três dias, na porta da igreja onde congrega — deixando-o com apenas “um terço do coração”.
Confira a entrevista com Frank Oliveira da Costa na íntegra:
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