Brasil registra um acidente aéreo a cada dois dias em 2025

O aumento é de 46,4% em comparação com o ano anterior

Por Da Redação.

O Brasil atingiu a marca de um acidente aéreo a cada dois dias em 2025, segundo dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer). Até esta terça-feira (11), foram registrados 23 acidentes e incidentes graves entre janeiro e os primeiros dias de fevereiro, sendo sete fatais, com 11 mortes. O mais recente ocorreu na segunda-feira (10), quando um ultraleve caiu e explodiu próximo à Praia da Barra do Cahy, na região de Prado, no Sul da Bahia, matando o empresário Fredy Tanos e ferindo o piloto Mário Alessandro Gontijo de Melo. As informações são do Estado de Minas.


Fredy Tanos, farmacêutico bioquímico e diretor da rede de diagnóstico Laboranálise, ficou preso às ferragens e teve o corpo carbonizado.


O acidente mais recente ocorreu na segunda-feira (10), quando um ultraleve caiu e explodiu próximo à Praia da Barra do Cahy, no Sul da Bahia. | Foto: Redes Sociais

O acidente mais recente ocorreu na segunda-feira (10), quando um ultraleve caiu e explodiu próximo à Praia da Barra do Cahy, no Sul da Bahia. | Foto: Redes Sociais




O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda não identificou a causa da queda. Registros indicam que a aeronave voava baixo no momento do acidente. O ultraleve era experimental, conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que explica:


As ALE-Experimentais possuem limitações de operação e são impedidas de realizar atividades remuneradas”. Agentes do Segundo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa II), sediado em Recife (PE), foram acionados para investigar o caso. O Cenipa destacou que a investigação inclui “técnicas específicas para coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos e levantamento de informações necessárias”.


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Aumento de 46,4% nos acidentes


Nos últimos dois meses (de dezembro de 2024 a janeiro de 2025), o número de sinistros aéreos chegou a 41, sendo 11 fatais, com 24 mortes. O aumento é de 46,4% em comparação com o mesmo período anterior, quando foram registrados 28 acidentes, nove fatais, com 23 mortes. Especialistas da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) atribuem o aumento ao crescimento da frota de aeronaves de pequeno porte e do número de horas de voo desde o início da pandemia de Covid-19. Além disso, apontam que as exigências de segurança variam conforme o tipo de operação.


Raul Marinho, diretor-técnico da Abag, explica que, embora os números absolutos tenham aumentado, a taxa de acidentes por milhão de horas voadas ou por milhão de decolagens permanece estável. “De fato, os números estão aumentando ou aumentaram no último ano, e agora estamos tendo um mês horroroso, em termos de segurança de voo. Da pandemia para cá, tivemos um aumento de aproximadamente 42% na frota de jatos executivos e de quase 60% em turboélices”, afirmou.


Nos últimos dois meses, o número de sinistros aéreos chegou a 41, sendo 11 fatais, com 24 mortes. | Foto: Redes Sociais

Nos últimos dois meses, o número de sinistros aéreos chegou a 41, sendo 11 fatais, com 24 mortes. | Foto: Redes Sociais




Operações agrícolas e privadas lideram acidentes


Segundo o Sipaer, 12 aeronaves envolvidas em acidentes em 2025 estavam em operações agrícolas, e seis em operação privada. Marinho destaca que o segmento agrícola é mais suscetível a sinistros devido ao baixo voo e à velocidade reduzida, o que dificulta a recuperação da aeronave em caso de problemas. “Ele voa em uma velocidade muito baixa, e isso significa que fica muito próximo do Stol, que é quando o avião perde sustentação por questão de velocidade”, explicou.


Já na aviação privada, o especialista aponta que as regras de segurança são menos rígidas em comparação com operações de táxi aéreo, que registraram apenas dois acidentes no período. “Em um táxi aéreo, é preciso um gestor responsável, um diretor de operações, um diretor de manutenção e um diretor operacional, no mínimo. Enquanto que a aviação privada pode operar só com um gestor, que faz tudo e fim de papo”, disse Marinho.


Ele também destacou que, em operações privadas, a experiência exigida para pilotos pode ser significativamente menor, variando de 40 a 150 horas de voo, dependendo da categoria.


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