Kassio Marques: desembargador nordestino estaria no radar da Presidência para vaga no STF

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu indícios que irá indicar o desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), para assumir o lugar de Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o jornal o Globo. Nordestino, Marques tem 48 anos, nasceu em Teresina, capital do Piauí. Ele tem um perfil centrado, discreto e religioso.

A provavél nomeação foi bem aceita pelos colegas ministros. De acordo com o Estadão, o nome foi bem recebido no tribunal, mesmo que Marques estivesse entre os cotados para a vaga. O desembargador estaria em campanha para uma vaga no Superior Tribunal da Justiça (STJ), no lugar de Napoleão Nunes Maia, que se aposenta em dezembro. Os ministros disseram à reportagem que a forma como foram comunicados não fez parecer que o governo esteja "testando" o nome de Kassio Marques, para ver se haveria reações negativas, como já ocorreu em outros casos.

Visto como alguém não radical, a expectativa é que temas como aborto devem ter forte resistência de Marques, caso ele assuma mesmo uma cadeira na Corte. Em entrevista ao site jurídico Conjur em 2018, ele defendeu a possibilidade de prisão em segunda instância, questão votada pelo STF no ano passado e que decidiu contrariamente, possibilitando a saída de Lula da Cadeia. 

Ainda de acordo com o Estadão, Bolsonaro mantém relação com Kassio Marques desde os tempos em que era deputado. Segundo um integrante do primeiro escalão, é a ele que o presidente se referia quando disse que queria um ministro do STF que "bebe cerveja". Uma vez confirmada a indicação, ele ainda precisará passar por sabatina no Senado e ter o nome aprovado pelo plenário.

Marques é bacharel em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e tem pós-graduação em Processo e Direito Tributário pela Universidade Federal do Ceará (UFCE). Além disso, obteve o título de mestre pela Universidade Autônoma de Lisboa. Em 2011, foi nomeado desembargador federal do (TRF-1) pela então presidente Dilma Rousseff (PT).

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