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Bolsa Família reduziu um quarto da extrema pobreza no Brasil

Bolsa Família reduziu um quarto da extrema pobreza no Brasil

Por Da Redação

Bolsa Família reduziu um quarto da extrema pobreza no BrasilAgência Brasil

O Programa Bolsa Família reduziu a taxa de extrema pobreza no Brasil em um quarto, equivalente a 25% do número anterior.  A taxa de pobreza também foi reduzida em 15%. A melhora foi descoberta pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante análise das condições de vida dos mais pobres entre os anos de 2001 e 2017. A pesquisa foi divulgada esta semana.

Segundo o estudo, as transferências do programa tiraram 3,4 milhões de pessoas da pobreza extrema e 3,2 milhões de cidadãos da pobreza. Os dados sobre a renda dos mais pobres foram baseados nas Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE). 

Os contingentes de pessoas que se beneficiaram com essa mobilidade de classe somam 6,5 milhões de pessoas, o equivalente a população do Maranhão. No total, o Bolsa Família transfere recursos a 14 milhões de famílias ou 45 milhões de pessoas, número proporcional a população da Argentina.

?(O Bolsa Família) é um instrumento muito bom para reduzir a pobreza. Ele não é só não é mais efetivo porque ainda é modesto?, analisa Luiz Henrique Paiva, especialista em políticas públicas e um dos autores do estudo, falando sobre a média de R$ 188 que cada família recebe.

Paiva reconhece que o Bolsa Família é inspirado no liberalismo econômico. ?O programa é na sua natureza (sic) liberal. É focado nos mais pobres, transfere quantias modestas, custa pouco para o país (0,4% do Produto Interno Bruto, PIB - a soma de todas as riquezas produzidas no país -). Não é de espantar que economistas liberais, como o ministro [da Economia] Paulo Guedes, gostem e conheçam as avaliações do programa?.

Segundo o especialista, o foco na população mais pobre aumenta a eficiência do programa. Outra vantagem é o custo. Ele estima que o programa este ano chegue a R$ 33 bilhões, com o pagamento anunciado da 13ª prestação aos segurados - assim como o 13º salário dos trabalhadores formais. O valor equivale a menos de 1% do Orçamento Geral do país em 2019 (R$ 3,38 trilhões), aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado.

Além da redução da pobreza, o Bolsa Família teria contribuído para a diminuição de 10% da desigualdade, calculada pelo coeficiente de Gini, indicador que mede a distância entre a distribuição real e ideal da riqueza. Mas admite que nos últimos anos houve piora no quadro social, por causa do desemprego. Por isso, o programa não foi suficiente para evitar essa situação. ?Quando tem muito desemprego, há muitas pessoas sem renda. O Bolsa Família é um programa de complementação e não de substituição de renda?, aponta.

Ele acredita que o Bolsa Família tenha vida longa. ?Há literatura sobre isso: programas sociais que são efetivos e alcançam muita gente tendem a resistir ao longo do tempo?. Paiva ainda acrescenta que ?todos os países ricos têm um programa de transferência para a população mais pobre. Não importa quanto o país vai crescer. Sempre vai ter um programa, de orçamento relativamente modesto, tentando encontrar as famílias mais pobres ? especialmente com crianças ? para fazer alguma transferência a elas?.

?É um mecanismo que veio para ficar. Infelizmente há sempre uma categoria de excluídos e você fazer transferência para que as crianças possam comer, estudar, gozar de saúde e ter a chance de se tornar trabalhadores atividades?, projeta.

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