Ônibus não voltam a circular no Vale das Pedrinhas e empresas começam a ser multadas

Os ônibus que atendem à população do Vale das Pedrinhas continuam sem trafegar dentro do bairro nesta terça-feira (17), mesmo após o anúncio do secretário municipal Mobilidade do Município do Salvador (Semob), Fábio Mota, ter garantido que o serviço seria normalizado. A assessoria da secretaria informou ao Aratu Online que, devido ao descumprimento da orientação municipal de normalização do serviço, as empresas União e Verdemar já começaram a ser multadas. A multa é de R$ 271,00 a cada 50 km que deixam de ser rodados no itinerário. Na terceira vez em que a empresa for autuada, a secretaria pode, inclusive, apreender o ônibus.

A assessoria da Semob informou, ainda, que o policiamento já havia sido reforçado na região, mas que hoje pela manhã o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, voltou a aumentar o efetivo na região. Apesar disso, o Sindicato dos Rodoviários afirma que os profissionais continuam a temer. “Nós temos profissionais que terminam o turno no bairro às duas da manhã e outros que começam às quatro. O que sentimos é que nesse horário o policiamento não é ativo como durante o dia. Nós acreditamos que a vida dos profissionais é mais valiosa que o valor das multas e queremos garantias de que eles terão segurança. Não queremos prejudicar a população, apenas garantir o bem estar de todos”, disse ao Aratu Online Daniel Mota, responsável pela comunicação do sindicato. Ele disse também que uma solução deve ser definida ainda hoje em uma reunião na própria comunidade.

O sistema de transportes no Vale das Pedrinhas está prejudicado desde a última sexta-feira (13), quando um ônibus foi incendiado em protesto contra a morte da moradora Diana Lemos dos Santos, 24 anos, cujo corpo foi encontrado nas proximidades de um aterro sanitário na Estrada Cia-Aeroporto. Com medo, os motoristas têm utilizado a rua do Canal, no Rio Vermelho, como final de linha, passando apenas pela entrada do bairro.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Segundo testemunhas, Diana foi levada na noite de quarta-feira (11), por três homens que se identificaram como policiais.

Desde o início do ano, seis ônibus já foram incendiados na capital baiana. Cada veículo tem um valor estimado de R$ 400 mil, o que representa, apenas em 2015, um prejuízo de R$ 2.400.000,00.