Maior parte da inadimplência se refere a dívidas antigas, diz SPC Brasil
Maior parte da inadimplência se refere a dívidas antigas, diz SPC Brasil
A maior parte das dívidas não pagas em janeiro deste ano eram débitos antigos, segundo dados divulgados hoje (10) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Entre as dívidas computadas, 40,78% referiam-se a atrasos de um ano e três anos, e 30,22%, de três a cinco anos.
Segundo a economista chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, isso ocorre porque o consumidor passa a acreditar que não conseguirá mais quitar o débito. “Ele acha que a dívida é impagável. Mas não é, depende de acordo entre o credor e o devedor”, disse Marcela. A economista destacou que o número de consumidores com débitos em atraso, estimado em 54,6 milhões pelo SPC, corresponde a 38% da população maior de 18 anos do Brasil. O cálculo foi feito com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento do SPC Brasil mostrou também que quase metade das dívidas em atraso no mês de janeiro ? 47,62% ? eram com o segmento bancário. O segundo e o terceiro setores com maiores volumes de débitos foram comércio (20,6%) e comunicação (15,1%).
Marcela Kawauti reiterou avaliação da CNDL e do SPC-Brasil de que a estabilização da inadimplência dos brasileiros está ligada à desaceleração da atividade econômica e à redução do estoque de crédito. “A base de crédito da economia perde força, e a inadimplência cai”, disse a economista.
Em janeiro deste ano, o número de devedores cresceu 3,12% na comparação com igual mês do ano passado. Trata-se da menor variação anual para o mês desde 2010.