Jacuipense leva para Riachão a possibilidade de derrotar Atlético e ganhar Estadual inédito 

No jogo em que os goleiros Mota e Fábio Lima foram destaques, a decisão do Campeonato Baiano 2022 ficou para o próximo domingo (10/4), em Riachão do Jacuípe. Neste domingo (3/4), Atlético e Jacuipense empataram em 1 a 1, n primeira partida da decisão da competição estadual, no estádio do Carneirão.

De Alagoinhas, a sede do Atlético, a 130km de Salvador, para a cidade natal do Jacuipense, a 190km, a taça estadual está a cada ano mais longe da capital. É a segunda edição consecutiva que equipes do interior decidem a competição. 

O empate foi considerado heroico porque o Jacuipense ficou mais de 60 dos 90 minutos de jogo com um atleta a menos. 

Quem vencer, no próximo domingo, faz história. O Leão do Sisal por tentar o título pela primeira vez em 56 anos de existência. O Carcará por buscar ser o único clube do interior a conseguir dois títulos sucessivos.

Em 117 edições, 20 clubes tiveram a chance de ganhar o troféu (Internacional, São Salvador, Sport Bahia, Atlético, Associação Atlética da Bahia, Santos Dumont, Fluminense de Salvador, Ypiranga, Bahiano de Tenis, República, Botafogo, Galícia, Bahia, Vitória, Guarany, Fluminense de Feira, Leônico, Colo Colo, Bahia de Feira, Atlético de Alagoinhas). Destes, apenas seis continuam com atividades de futebol profissional. 

A equipe de Alagoinhas já estava familiarizada com a marca inédita de três finais consecutivas de um clube do interior (em 2020, perdeu para o Bahia; em 2021, superou o Bahia de Feira), e agora busca o antes impensável bicampeonato. 

Impensável porque o clube já passou por momentos de dificuldades. Em 2013, foi rebaixado para a divisão de acesso do estadual. Mais de uma década antes, havia problemas de orçamento capazes de comprometer até mesmo o material esportivo.

Neste ano, o Jacuipense tinha alcançado a melhor campanha do campeonato e chegado a uma inédita final. 

O detalhe: os técnicos das duas equipes, Agnaldo Liz (Atlético) e Rodrigo Chagas (Jacuipense) foram ídolos no Vitória. Somando a Paulo Isidorio, assistente na equipe de Riachão, os ocupantes dos bancos tinham mais autógrafos distribuídos do que aqueles em campo. 

O narrador Rainan Peralva, da TV Educativa, destacou o fato do segundo ano consecutivo só com clubes do interior disputando a decisão estadual.

O público que chegou a mais 11.500 torcedores quebrou o recorde das partidas na Bahia em 2022. Torcedores que estavam eufóricos desde antes do jogo e se empolgaram aos 25 minutos, quando o meia Dionísio ficaria a poucos metros da linha do gol, se não tivesse sido empurrado por Danilo Rios dentro da área. O jogador do Jacuipense foi expulso e saiu de campo chorando. 

A tristeza só não foi absoluta porque os 1,94m de altura do goleiro Mota venceram a categoria do craque Miller, do Atlético. Ele cobrou pênalti e o goleiro defendeu.

O artilheiro do campeonato se redimiu no último lance do primeiro tempo. Um chute de primeira, de fora da área, foi indefensável para Mota. Ele homenageou a família pelo sexto gol na competição mostrando a foto gravada nas caneleiras. 

No segundo tempo, com um jogador a menos, Jacuipense não se entregou. Aos 21 minutos, numa cobrança de falta, o gol de empate surgiu após a cabeçada de Jerry contra a própria meta. 

Nos acréscimos da partida, Edson desfalcou o Atlético ao ser expulso. 

A curiosidade numa final interiorana cheia de ineditismos: o fornecedor de material esportivo é o mesmo para as duas equipes. A empresa Niory Sports, com sede em Riachão do Jacuípe, vai aparecer na foto do campeão, qualquer que seja o vencedor. 

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