Futevôlei noturno mistura diversão e esporte no Porto da Barra
Aulas de futevôlei atraem baianos e turistas para a prática do esporte, que registra crescimento no Brasil
Por Juana Castro.
O Porto da Barra é um dos cartões-postais de Salvador, muito procurado por soteropolitanos e turistas, principalmente no verão. Mas, à noite, quando a temperatura ameniza e o calor dá uma (suposta) trégua, muita gente vai ao local para praticar um esporte que vem ganhando força em todo o Brasil: o futevôlei.
A modalidade, que une técnica, resistência e habilidade, conquista adeptos de diferentes idades e perfis, tornando-se uma opção popular para quem busca atividade física e lazer ao ar livre. No Porto da Barra, a escolinha Team Júnior tem se destacado, sob o comando do professor Júnior e os irmãos dele, que atuam como instrutores. E o projeto tem, ainda, um diferencial: aulas noturnas à beira-mar, cada vez mais procuradas.
"Tenho o privilégio de ter nascido e sido criado aqui. O Porto da Barra nos dá uma visibilidade enorme", afirma o professor Júnior. Nesse período de verão, ele recebe alunos até de outros países, como Argentina, Inglaterra, Alemanha e Portugal.
Com maior demanda, a escolinha precisou ampliar os horários. De apenas duas vezes por semana, as aulas noturnas passaram a acontecer de segunda a sexta. "Hoje, muitos atletas de futevôlei e empresas estão ajudando a elevar o esporte a um patamar mais alto. Isso é muito gratificante, pois traz mais pessoas para a modalidade, incluindo pais, filhos e até avós. Além disso, traz benefícios para a saúde física e mental", explica Junior que, dos 31 anos vividos, já são 20 dedicados ao futevôlei.
Para o corretor de imóveis Márcio, de 26 anos, o esporte funcionou mesmo como um "remédio". "Eu parei de tomar uma medicação e precisei recorrer à atividade física. O futevôlei tem me ajudado a desenvolver concentração e coordenação motora", revelou. Ele diz que está "galgando" um espaço e sonha fazer um "shark attack", um dos ataques mais cobiçados (e difíceis) da modalidade, mas a realidade, por enquanto, ainda é outra. "Não saiu nem uma chapa direito ainda", brinca.
Já a nutricionista Cindy Salvador, de 33 anos, que faz aulas há aproximadamente um ano, superou o medo da bola ao se apaixonar pelo futevôlei. "Vi uma amiga praticando e decidi experimentar. É um desafio a cada dia, porque eu não tinha habilidade nenhuma com a bola, desde criança, e tinha muito medo, mas fui superando. Agora não consigo mais ficar sem jogar", afirma.
O professor Júnior conta que possui alunos iniciantes, e que é normal ter algumas dúvidas, desde a roupa (que pode ser "a de academia", mesmo) à preparação, mas destaca a importância de dar o primeiro passo. "É um esporte muito desafiador, complexo, difícil... mas quando você começa a aprender, você leva gosto. Então, tem que dar o primeiro passo, sempre", avalia. "Com um professor orientando corretamente, a evolução acontece", conclui.
A mensalidade para duas aulas semanais do Team Junior no Porto da Barra é de R$ 160, e a escola também aceita Gympass e Total Pass.
Técnicas e regras do futevôlei
O futevôlei é um esporte que combina elementos do futebol e do vôlei, sendo jogado na areia. A modalidade segue regras semelhantes às do vôlei de praia, mas sem o uso das mãos.
As principais técnicas são:
- Chapa: movimento feito com a parte interna do pé para passes e levantamentos precisos;
- Coxa: utilizada para dominar a bola e preparar um toque ou ataque;
- Ombro: movimento usado para direcionar a bola quando recebe um passe alto;
- Cabeça: muito utilizada para passes, levantamentos e finalizações no ataque;
- Peito: principalmente empregado para amortecer a bola antes de realizar outro toque (mais comum entre os homens, mas também usado por mulheres).
Regras básicas:
O jogo é disputado em duplas ou quartetos, e cada equipe pode tocar na bola até três vezes antes de enviá-la para o lado adversário;
- O saque pode ser realizado com os pés ou qualquer outra parte do corpo permitida;
- A bola não pode tocar o solo durante a jogada;
- Não é permitido o uso das mãos ou dos braços em nenhuma jogada;
- A pontuação segue o sistema de 18 ou 21 pontos por set, dependendo da competição, com no mínimo dois pontos de diferença para a vitória.
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