Copa 2023: Anfitriã do torneio, Austrália vive sua melhor fase e quer conquistar o título
Matildas seguem em constante crescimento no cenário e vão usar do "fator casa" para avançarem para além das quartas de final
Até o dia 20 de julho, Aratu On traz perfis especiais sobre todas as seleções que disputarão a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023, sediada nos países da Austrália e Nova Zelândia. Será uma equipe por dia, seguindo o ranking feminino da FIFA em ordem decrescente, com exceção do Brasil que será o último perfil. Confira aqui as publicações anteriores desse especial.
Uma das sedes da Copa do Mundo 2023, a Austrália vive um dos seus melhores momentos no futebol feminino de seleções. Com campanhas marcantes nos últimos torneios da década passada, as Matildas enxergam este torneio como o ambiente perfeito para fazer história e levantar uma inédita e tão sonhada taça mundial. E para isso, elas contam com uma geração que já é considerada a melhor de sua história.
Origem e embates na Oceania
Os primeiros relatos de equipes femininas de futebol na Austrália datam do ano de 1903, apesar da primeira partida pública entre duas equipes acontecer em 1921. Nesta ocasião, um público de 10 mil pessoas assistiram o embate entre o North Brisbane contra o South Brisbane. Nesta época, já existiam pelo país outras equipes e uma das primeiras associações da modalidade.
Com a proibição da Federação Inglesa para a prática do futebol feminino, as australianas também sentiram o impacto da decisão, principalmente por conta da opinião pública apoiar e até recomendar que este esporte fosse inadequado para mulheres.
Mesmo que os clubes tenham existido nos anos que se seguiram, a popularidade baixa e o preconceito em relação ao jogo feminino criaram um buraco de informações e até de relevância que chega aos anos 70, período em que tudo passou a mudar.
Com a chegada do time masculino a Copa do Mundo de 1974, a popularidade do futebol aumentou como um todo e estimulou por parte das mulheres, que atuavam em ligas regionais, a criação de um primeiro campeonato nacional da modalidade. Dentro deste cenário, foi criada a Associação de Futebol Feminino da Austrália (AWSA), que passou a administrar e expandir competições por todo o país.
Em 1975, o convite para participar do Campeonato Asiático Feminino foi aceito e uma seleção improvisada foi criada para a disputa do torneio. Mesmo que oficialmente se estabeleça que o primeiro selecionado seja o de 1978, hoje a própria federação australiana dá status de "seleção nacional" para as participantes da primeira Copa da Ásia.
Na competição, a Austrália passou de fase em segundo lugar, perdendo para a Tailândia e ganhando de Cingapura. Nas semifinais, caíram para a sua futura rival de longa data - a Nova Zelândia - e faturaram o terceiro lugar ao vencer a Malásia na decisão.
Após esta participação, houve outro conjunto australiano participando de um torneio mundial em 78, em que clubes e equipes nacionais se misturaram nos jogos do torneio. Em 79, houve o que é considerado historicamente como primeiro jogo da seleção australiana oficial, em um empate de 2 a 2 com as neozelandesas.
Com o conjunto de encontros com a Nova Zelândia se repetindo, foi criada nos anos 80 a Confederação Feminina de Futebol da Oceania (OWFC), com a criação de um campeonato continental. Em 83, a primeira edição contou com os dois países, Nova Caledônia e Fiji. Depois de empatarem no primeiro jogo em 0 a 0, Ferns e Socceroos (mesmo apelido do time masculino era utilizado para o feminino neste período) venceram todos os jogos e foram a final, na qual as neozelandesas levantaram o caneco com o placar em 3 a 2.
Em 1986, a Austrália jogou contra as equipes A e B da Nova Zelândia e Taiwan, equipe convidada. As Socceroos chegaram a decisão, mas perderam a final para as chinesas. Em 1989, as autralianas entraram com duas equipes (Dourada e Verde), mas não impediram um novo bicampeonato de Taipei, dessa vez com a Nova Zelândia ficando na segunda posição.
Era FIFA e Copas do Mundo
Com a chegada dos anos 90 e a adoção da FIFA ao futebol feminino, os torneios continentais passaram a ter um peso maior e se tornaram qualificatórias para a Copa do Mundo, que teria a sua primeira edição em 1991.
Mas antes disso, em 1988, a entidade máxima do futebol organizou um evento teste para a Copa e convidou a Austrália para participar do torneio. Na estreia, a equipe conseguiu uma vitória histórica contra o Brasil por 1 a 0, derrotando em seguida a Tailândia por 3 a 0 e sendo derrotada pela Noruega pelo mesmo placar. Nas quartas de final, acabaram eliminadas pela China, anfitriã da competição.
Voltando para 1991, o Campeonato Feminino da Oceania se tornou uma disputa mais valorizada para as equipes participantes. Nova Zelândia, Austrália (anfitriã) e Papua Nova Guiné disputaram uma série de seis jogos para decidir o vencedor. E o campeonato acabou decidido no saldo de gols, com as anfitriãs não indo ao Mundial e perdendo o título as rivais. Na história, foi a única ausência das australianas na competição.
Três anos depois, pela Copa da Oceania de 1994, a situação se inverteu e foram as autralianas que conseguiram vencer no saldo e se garantir na sua primeira Copa do Mundo. Nesta ocasião, a equipe ganhou - através de um concurso de TV - o apelido de Matildas, graças a música popular do país Walzing Matilda. Entretanto, esta denominação foi primeiramente rejeitada pela equipe e só mais tarde aceita pelas jogadoras.
Em sua estreia em copas, a campanha foi uma das piores de sua história com três derrotas em sequência. Depois deste torneio, a equipe nunca mais somou tantas derrotas em uma edição de Mundial: foram goleadas pela Dinamarca (5 a 0), China (4 a 2) e EUA (4 a 1).
Após o torneio, o futebol local sofreu nova reforma e uma nova liga nacional foi estabelecida. Com times estaduais, durou por dez anos e pavimentou um processo de evolução no esporte local, ainda impopular. Em 1998, a Austrália não teve dificuldades em vencer mais uma vez a Copa da Oceania, criando uma hegemonia que duraria até sua defiliação da OFC. Para a Copa do Mundo de 99, um empate com Gana em 1 a 1 foi acompanhado por derrotas para Suécia e China, ambas por 3 a 1.
Em meio a impopularidade, as Matildas foram a disputa dos Jogos Olímpicos de 2000 e ainda sofriam de um certo silenciamento da sociedade australiana. No torneio, novo fiasco ao perder para Brasil e Alemanha, mesmo que o empate com a Suécia seja um resultado respeitado em relação a importância das escandinavas no cenário deste esporte.
A Copa da Oceania de 2003 foi a última da Austrália como participante e o título veio com uma campanha de 100% de aproveitamento. Neste ano, foram a Copa do Mundo e repetiram a campanha da edição anterior: derrota para Rússia e Gana, com um empate contra a poderosa China. Nos jogos de Atenas em 2004, venceram a Grécia por 1 a 0, perderam para o Brasil e conseguiram um empate histórico contra os EUA. Classificadas para as quartas, caíram perante a Suécia.
O ano de 2006 foi o início de uma nova era para o futebol australiano. Filiadas a Confederação Asiática de Futebol (AFC), sediaram a Copa da Ásia daquele ano e chegaram ao vice-campeonato, perdendo para a China na decisão. O resultado deu vaga a Copa de 2007 e demonstrou que o esporte no país precisava deste novo desafio, saindo da falta de competitividade na Oceania,
Este também foi um período de revolução no futebol local, com os campeonatos masculinos e femininos sofrendo reformulações históricas em seu próprio conceito de liga. Entretanto, enquanto os homens criaram um torneio de franquias ao molde das competições esportivas norte-americanas (A-League), as mulheres demoraram três anos para criar a sua, a A-League Women ou W-League.
Em 2007, a evolução do futebol australiano já deu seus primeiros passos na Copa do Mundo. Dentro de um grupo com Noruega, Canadá e Gana, as Matildas se classificaram ao vencer as africanas e empatar com europeias e norte-americanas. Entretanto, nas quartas, caíram diante de um Brasil, vice-campeão daquela edição.
Sem conseguir vaga para os Jogos de Pequim e após o quarto lugar do torneio continental de 2008, a Austrália chegou a sua glória na Copa da Ásia em 2010 ao derrotar a Coreia do Norte na disputa de penalidades, após empate no tempo normal. O resultado levou a equipe para a Copa do Mundo de 2011, onde perdeu para o Brasil na estreia, mas superou Noruega e Guiné Equatorial para ser eliminada novamente nas quartas, agora pela Suécia. A atacante Caitlin Foord foi eleita a Melhor Jogadora Jovem do torneio, e a zagueira Elise Kellond-Knight entrou para a seleção do campeonato.
Início da era dourada
O título asiático estabeleceu a Austrália como uma nação de ponta do continente e iniciou uma rivalidade contra o Japão, outra equipe em ascensão na década. Em 2014, as duas equipes se encontraram duas vezes pela Copa da Ásia do mesmo ano, com um empate na fase de grupos e vitória nipônica na grande final.
Com crescimento de sua equipe, as Matildas fizeram sua melhor campanha em Copa do Mundo um ano depois. Apesar da estreia ser uma derrota contra os Estados Unidos, a equipe se recuperou para vencer a Nigéria e empatar com a Suécia, garantindo o segundo lugar da chave. Nas oitavas, eliminaram o Brasil de forma histórica e tiveram pela frente as rivais japonesas, caindo nas quartas contra a campeã de 2011 e vice daquele ano.
Além das japonesas, as australianas passaram também a criar uma rivalidade com o Brasil, promovendo encontros emocionantes entre as duas equipes. Nos Jogos do Rio 2016, iniciaram o torneio perdendo para o Canadá, depois empataram com a Alemanha e venceram o Zimbabue - em partida jogada na Arena Fonte Nova, em Salvador - classificando-se para a próxima fase. Nas quartas, um emocionante empate com o Brasil terminou em dolorosa eliminação em uma disputa de penalidades em 7 a 6.
Um ano depois, pelo Torneio das Nações, a equipe marcou histórica ao derrotar EUA, Japão e Brasil, sagrando-se campeã do torneio. A boa fase fez a popularidade da equipe crescer e bater recordes de público nas partidas em casa.
Depois de mais um vice-campeonato continental em 2018, a Copa do Mundo de 2019 teve início com uma derrota para a Itália, de virada, por 2 a 1. Na segunda partida, foi a vez das Matildas triunfarem também de virada, perdendo por 2 a 0 e virando para 3 a 2. Depois da goleada de 4 a 1 sobre a Jamaica, a equipe foi às quartas de final e caiu perante a Noruega, depois de um empate no tempo normal e disputa de penalidades máximas.
Na disputa dos Jogos Olímpicos de 2020, a equipe chega a sua melhor performance em competições internacionais: Depois de uma primeira fase com triunfo sobre Nova Zelândia e tropeço sobre a Suécia e empate sem gols com os Estados Unidos, a Austrália vence a Grã-Bretanha em um emocionante 4 a 3. Nas semifinais, perde para a Suécia e na decisão do bronze são eliminadas pelos EUA em outro 4 a 3.
Austrália na Copa do Mundo 2023
Como sede do torneio, a Austrália não precisou disputar uma eliminatória para participar da competiçao. Entretanto, disputou a Copa da Ásia e caiu ainda nas quartas de final contra uma surpreendente Coreia do Sul.
Na competição, as Matildas estreiam no dia 20/7 contra a Irlanda em Sydney. Logo depois, no dia 27, enfrentam a Nigéria em Brisbane e encerram sua primeira fase contra as canadenses em Melbourne
Dentre as estrelas da equipe, o maior destaque vai para a atacante Sam Kerr. Considerada uma das maiores atletas da atualidade, a artilheira da seleção chama a responsabilidade para si e vem de uma crescente em atuações pela equipe nacional.
Além dela, outras atletas de destaque são as laterais Ellie Carpenter e Steph Catley, a meia Caitlin Foord e a atacante Mary Fowler.
Acompanhe nossas transmissões ao v.ivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!
Uma das sedes da Copa do Mundo 2023, a Austrália vive um dos seus melhores momentos no futebol feminino de seleções. Com campanhas marcantes nos últimos torneios da década passada, as Matildas enxergam este torneio como o ambiente perfeito para fazer história e levantar uma inédita e tão sonhada taça mundial. E para isso, elas contam com uma geração que já é considerada a melhor de sua história.
Origem e embates na Oceania
Os primeiros relatos de equipes femininas de futebol na Austrália datam do ano de 1903, apesar da primeira partida pública entre duas equipes acontecer em 1921. Nesta ocasião, um público de 10 mil pessoas assistiram o embate entre o North Brisbane contra o South Brisbane. Nesta época, já existiam pelo país outras equipes e uma das primeiras associações da modalidade.
Com a proibição da Federação Inglesa para a prática do futebol feminino, as australianas também sentiram o impacto da decisão, principalmente por conta da opinião pública apoiar e até recomendar que este esporte fosse inadequado para mulheres.
Mesmo que os clubes tenham existido nos anos que se seguiram, a popularidade baixa e o preconceito em relação ao jogo feminino criaram um buraco de informações e até de relevância que chega aos anos 70, período em que tudo passou a mudar.
Com a chegada do time masculino a Copa do Mundo de 1974, a popularidade do futebol aumentou como um todo e estimulou por parte das mulheres, que atuavam em ligas regionais, a criação de um primeiro campeonato nacional da modalidade. Dentro deste cenário, foi criada a Associação de Futebol Feminino da Austrália (AWSA), que passou a administrar e expandir competições por todo o país.
Em 1975, o convite para participar do Campeonato Asiático Feminino foi aceito e uma seleção improvisada foi criada para a disputa do torneio. Mesmo que oficialmente se estabeleça que o primeiro selecionado seja o de 1978, hoje a própria federação australiana dá status de "seleção nacional" para as participantes da primeira Copa da Ásia.
Na competição, a Austrália passou de fase em segundo lugar, perdendo para a Tailândia e ganhando de Cingapura. Nas semifinais, caíram para a sua futura rival de longa data - a Nova Zelândia - e faturaram o terceiro lugar ao vencer a Malásia na decisão.
Após esta participação, houve outro conjunto australiano participando de um torneio mundial em 78, em que clubes e equipes nacionais se misturaram nos jogos do torneio. Em 79, houve o que é considerado historicamente como primeiro jogo da seleção australiana oficial, em um empate de 2 a 2 com as neozelandesas.
Com o conjunto de encontros com a Nova Zelândia se repetindo, foi criada nos anos 80 a Confederação Feminina de Futebol da Oceania (OWFC), com a criação de um campeonato continental. Em 83, a primeira edição contou com os dois países, Nova Caledônia e Fiji. Depois de empatarem no primeiro jogo em 0 a 0, Ferns e Socceroos (mesmo apelido do time masculino era utilizado para o feminino neste período) venceram todos os jogos e foram a final, na qual as neozelandesas levantaram o caneco com o placar em 3 a 2.
Em 1986, a Austrália jogou contra as equipes A e B da Nova Zelândia e Taiwan, equipe convidada. As Socceroos chegaram a decisão, mas perderam a final para as chinesas. Em 1989, as autralianas entraram com duas equipes (Dourada e Verde), mas não impediram um novo bicampeonato de Taipei, dessa vez com a Nova Zelândia ficando na segunda posição.
Era FIFA e Copas do Mundo
Com a chegada dos anos 90 e a adoção da FIFA ao futebol feminino, os torneios continentais passaram a ter um peso maior e se tornaram qualificatórias para a Copa do Mundo, que teria a sua primeira edição em 1991.
Mas antes disso, em 1988, a entidade máxima do futebol organizou um evento teste para a Copa e convidou a Austrália para participar do torneio. Na estreia, a equipe conseguiu uma vitória histórica contra o Brasil por 1 a 0, derrotando em seguida a Tailândia por 3 a 0 e sendo derrotada pela Noruega pelo mesmo placar. Nas quartas de final, acabaram eliminadas pela China, anfitriã da competição.
Voltando para 1991, o Campeonato Feminino da Oceania se tornou uma disputa mais valorizada para as equipes participantes. Nova Zelândia, Austrália (anfitriã) e Papua Nova Guiné disputaram uma série de seis jogos para decidir o vencedor. E o campeonato acabou decidido no saldo de gols, com as anfitriãs não indo ao Mundial e perdendo o título as rivais. Na história, foi a única ausência das australianas na competição.
Três anos depois, pela Copa da Oceania de 1994, a situação se inverteu e foram as autralianas que conseguiram vencer no saldo e se garantir na sua primeira Copa do Mundo. Nesta ocasião, a equipe ganhou - através de um concurso de TV - o apelido de Matildas, graças a música popular do país Walzing Matilda. Entretanto, esta denominação foi primeiramente rejeitada pela equipe e só mais tarde aceita pelas jogadoras.
Em sua estreia em copas, a campanha foi uma das piores de sua história com três derrotas em sequência. Depois deste torneio, a equipe nunca mais somou tantas derrotas em uma edição de Mundial: foram goleadas pela Dinamarca (5 a 0), China (4 a 2) e EUA (4 a 1).
Após o torneio, o futebol local sofreu nova reforma e uma nova liga nacional foi estabelecida. Com times estaduais, durou por dez anos e pavimentou um processo de evolução no esporte local, ainda impopular. Em 1998, a Austrália não teve dificuldades em vencer mais uma vez a Copa da Oceania, criando uma hegemonia que duraria até sua defiliação da OFC. Para a Copa do Mundo de 99, um empate com Gana em 1 a 1 foi acompanhado por derrotas para Suécia e China, ambas por 3 a 1.
Em meio a impopularidade, as Matildas foram a disputa dos Jogos Olímpicos de 2000 e ainda sofriam de um certo silenciamento da sociedade australiana. No torneio, novo fiasco ao perder para Brasil e Alemanha, mesmo que o empate com a Suécia seja um resultado respeitado em relação a importância das escandinavas no cenário deste esporte.
A Copa da Oceania de 2003 foi a última da Austrália como participante e o título veio com uma campanha de 100% de aproveitamento. Neste ano, foram a Copa do Mundo e repetiram a campanha da edição anterior: derrota para Rússia e Gana, com um empate contra a poderosa China. Nos jogos de Atenas em 2004, venceram a Grécia por 1 a 0, perderam para o Brasil e conseguiram um empate histórico contra os EUA. Classificadas para as quartas, caíram perante a Suécia.
O ano de 2006 foi o início de uma nova era para o futebol australiano. Filiadas a Confederação Asiática de Futebol (AFC), sediaram a Copa da Ásia daquele ano e chegaram ao vice-campeonato, perdendo para a China na decisão. O resultado deu vaga a Copa de 2007 e demonstrou que o esporte no país precisava deste novo desafio, saindo da falta de competitividade na Oceania,
Este também foi um período de revolução no futebol local, com os campeonatos masculinos e femininos sofrendo reformulações históricas em seu próprio conceito de liga. Entretanto, enquanto os homens criaram um torneio de franquias ao molde das competições esportivas norte-americanas (A-League), as mulheres demoraram três anos para criar a sua, a A-League Women ou W-League.
Em 2007, a evolução do futebol australiano já deu seus primeiros passos na Copa do Mundo. Dentro de um grupo com Noruega, Canadá e Gana, as Matildas se classificaram ao vencer as africanas e empatar com europeias e norte-americanas. Entretanto, nas quartas, caíram diante de um Brasil, vice-campeão daquela edição.
Sem conseguir vaga para os Jogos de Pequim e após o quarto lugar do torneio continental de 2008, a Austrália chegou a sua glória na Copa da Ásia em 2010 ao derrotar a Coreia do Norte na disputa de penalidades, após empate no tempo normal. O resultado levou a equipe para a Copa do Mundo de 2011, onde perdeu para o Brasil na estreia, mas superou Noruega e Guiné Equatorial para ser eliminada novamente nas quartas, agora pela Suécia. A atacante Caitlin Foord foi eleita a Melhor Jogadora Jovem do torneio, e a zagueira Elise Kellond-Knight entrou para a seleção do campeonato.
Início da era dourada
O título asiático estabeleceu a Austrália como uma nação de ponta do continente e iniciou uma rivalidade contra o Japão, outra equipe em ascensão na década. Em 2014, as duas equipes se encontraram duas vezes pela Copa da Ásia do mesmo ano, com um empate na fase de grupos e vitória nipônica na grande final.
Com crescimento de sua equipe, as Matildas fizeram sua melhor campanha em Copa do Mundo um ano depois. Apesar da estreia ser uma derrota contra os Estados Unidos, a equipe se recuperou para vencer a Nigéria e empatar com a Suécia, garantindo o segundo lugar da chave. Nas oitavas, eliminaram o Brasil de forma histórica e tiveram pela frente as rivais japonesas, caindo nas quartas contra a campeã de 2011 e vice daquele ano.
Além das japonesas, as australianas passaram também a criar uma rivalidade com o Brasil, promovendo encontros emocionantes entre as duas equipes. Nos Jogos do Rio 2016, iniciaram o torneio perdendo para o Canadá, depois empataram com a Alemanha e venceram o Zimbabue - em partida jogada na Arena Fonte Nova, em Salvador - classificando-se para a próxima fase. Nas quartas, um emocionante empate com o Brasil terminou em dolorosa eliminação em uma disputa de penalidades em 7 a 6.
Um ano depois, pelo Torneio das Nações, a equipe marcou histórica ao derrotar EUA, Japão e Brasil, sagrando-se campeã do torneio. A boa fase fez a popularidade da equipe crescer e bater recordes de público nas partidas em casa.
Depois de mais um vice-campeonato continental em 2018, a Copa do Mundo de 2019 teve início com uma derrota para a Itália, de virada, por 2 a 1. Na segunda partida, foi a vez das Matildas triunfarem também de virada, perdendo por 2 a 0 e virando para 3 a 2. Depois da goleada de 4 a 1 sobre a Jamaica, a equipe foi às quartas de final e caiu perante a Noruega, depois de um empate no tempo normal e disputa de penalidades máximas.
Na disputa dos Jogos Olímpicos de 2020, a equipe chega a sua melhor performance em competições internacionais: Depois de uma primeira fase com triunfo sobre Nova Zelândia e tropeço sobre a Suécia e empate sem gols com os Estados Unidos, a Austrália vence a Grã-Bretanha em um emocionante 4 a 3. Nas semifinais, perde para a Suécia e na decisão do bronze são eliminadas pelos EUA em outro 4 a 3.
Austrália na Copa do Mundo 2023
Como sede do torneio, a Austrália não precisou disputar uma eliminatória para participar da competiçao. Entretanto, disputou a Copa da Ásia e caiu ainda nas quartas de final contra uma surpreendente Coreia do Sul.
Na competição, as Matildas estreiam no dia 20/7 contra a Irlanda em Sydney. Logo depois, no dia 27, enfrentam a Nigéria em Brisbane e encerram sua primeira fase contra as canadenses em Melbourne
Dentre as estrelas da equipe, o maior destaque vai para a atacante Sam Kerr. Considerada uma das maiores atletas da atualidade, a artilheira da seleção chama a responsabilidade para si e vem de uma crescente em atuações pela equipe nacional.
Além dela, outras atletas de destaque são as laterais Ellie Carpenter e Steph Catley, a meia Caitlin Foord e a atacante Mary Fowler.
Acompanhe nossas transmissões ao v.ivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Twitter. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para (71) 99940 – 7440. Nos insira nos seus grupos!