Escritor alerta para retrocesso com uso excessivo da inteligência artificial

O escritor Sérgio Rodrigues diz que a restrição da inteligência artificial é importante para a escrita e para preservar a criatividade e a subjetividade humanas

Por Rosana Bomfim.

O autor de ficção e crítico literário, Sérgio Rodrigues, fez alertas sobre a crise gramatical que usuários da inteligência artificial podem sofrer ao usar com frequência essa tecnologia. Um romance, uma redação escolar, uma carta de amor ou mesmo uma simples lista de compras.

Para o escritor e jornalista Sérgio Rodrigues, todos esses exemplos da escrita cotidiana podem estar ameaçados pela popularização das ferramentas de inteligência artificial (IA).

Em entrevista à Agência Brasil, Rodrigues afirmou que o hábito de terceirizar a produção de textos para máquinas pode levar a um “retrocesso civilizatório e intelectual”. O alerta se soma às mudanças no mercado de trabalho, já impactado pelo avanço das tecnologias generativas.

Escritor Sergio Rodrigues Alerta Para Risco De Retrocesso Intelectual Com Uso Excessivo Da Inteligencia Artificial | Foto: Ilustração Pexel

Autor de romances, contos e crônicas, Rodrigues lançou em Brasília, na última semana, o livro Escrever é humano: como dar vida à sua escrita em tempo de robôs. Na obra, ele defende a importância de estimular a prática da escrita e diferencia a criatividade humana da produção automatizada.

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“A IA consegue imitar de forma impressionante a linguagem humana, mas não há subjetividade por trás. Escrita criativa precisa dessa dimensão, que é exclusivamente humana”, afirmou.

O escritor destacou ainda que a escola enfrenta um desafio central diante desse cenário. Segundo ele, sem um controle rigoroso, estudantes podem substituir a prática de redações pelo uso de IA, prejudicando o desenvolvimento da habilidade de escrever.

Tablet Digital Transparente| Foto: Ilustração Freepick

Para Rodrigues, o risco vai além da educação formal: “Quando as pessoas terceirizarem para a IA a escrita mínima do dia a dia, vão esquecer como se escreve. Escrever é uma tecnologia de pensamento”.

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Ele também defendeu maior atenção das famílias e dos gestores públicos. “As famílias têm um papel nisso, precisam valorizar a leitura e a escrita. Já as políticas públicas enfrentam o desafio de regulamentar o uso da IA, apesar da resistência das grandes empresas de tecnologia”, concluiu.

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