Cultura

Não é só festa: painel no Scream analisa importância econômica do Carnaval para Salvador

Mediado pela jornalista Camila Marinho, o painel contou com o artista plástico, carnavalesco e diretor artístico do Cortejo Afro, Alberto Pitta, Fábio Almeida (Join Entretenimento) e Hunfrey Athaíde, do Grupo Eva

Por Juana Castro

Não é só festa: painel no Scream analisa importância econômica do Carnaval para Salvador

É festa, mas também é arte, emprego e renda. O Carnaval foi abordado no painel "A Indústria da Folia", no Scream Festival 2023, na tarde desta quinta-feira (30/11), no Teatro Gregório de Matos, Centro Histórico de Salvador. Mediado pela jornalista Camila Marinho, o painel contou com o artista plástico, carnavalesco e diretor artístico do Cortejo Afro, Alberto Pitta, Fábio Almeida (Join Entretenimento) e Hunfrey Athaíde, do Grupo Eva.


Logo no inídio do encontro, Camila chamou atenção para o viés econômico da maior festa de rua do planeta. "Muita gente enxerga o Carnaval como folia, apenas, principalmente quem vem de fora, mas Carnaval é, também, desenvolvimento econômico, oportunidade de negócios e geração de empregos", disse. "A Bahia inteira é movimentada, desde o catador de latinha, ao empresário e o artista. Movimenta a rede hoteleira, setor de transportes, costureiras que fazem abadás...", acrescentou.


A mediadora citou, ainda, que em todo o Brasil são movimentados R$ 8 bilhões, no período da folia momesca. Somente em Salvador são R$ 1,5 bilhão de investimentos e cerca de 50 mil empregos gerados.


Depois, a jornalista perguntou a Alberto Pitta se a valorização do Carnaval de Salvador, enquanto arte, "chega com atraso", ao que ele respondeu que dependia do olhar das pessoas. "Desde os blocos indígenas, entre as décadas de 70 e 90, os blocos afro... havia uma preocupação muito grande com as temáticas. Se você via o [bloco] Crocodilo, sabia o que era, pelas cores, pela identidade visual... mesmo com os 'olhos do comércio', tinha a preocupação com a arte, porque a mortalha era muito conceitual. A mortalha contava histórias e as pessoas se interessavam", disse.


Segundo Pitta, hoje, os foliões "querem ver o artista", independente do bloco. E ele até criou uma expressão para a situação. "Chamo de 'as cores perdidas do Carnaval baiano'", afirmou, pontuando que sua função, no Cortejo Afro, foi justamente recuperar esse aspecto.


"Isso, hoje, é preservado [só] nos blocos afro e afoxés, o que é uma pena, porque na epoca tínhamos muito menos recursos, não tinha a coisa do patrocinador. Hoje, outras empresas acabam bancando essas organizações, que já não mais fazem esse investimento na arte. Não tem mais supresa no Carnaval, porque virou uma outra coisa. Essa arte precisa ser recuperada. Não resgatada, porque não está no chão, mas a gente precisa recuperar esse tecido".


RECONEXÃO COM AS RAIZES


Ex-sócio da cantora Ivete Sangalo, Fábio Almeida falou sobre a questão do mainstram relacionado à festa e aos artistas dela e questionou se não havia a possibilidade de um "diálogo transversal" no Carnaval.


"Será que cada um só está olhando para o seu próprio umbigo, seu próprio universo? Sou otimista, um 'romântico' para o Carnaval", iniciou, relembrando que deixou de ser sócio de Ivete para se "aproximar mais da cultura baiana". "Não que Ivete não seja cultura baiana, mas quis me aproximar mais da raiz daqui", completou.


LEIA MAIS: Jornalismo popular é tema de painel no Scream Festival: ‘mundos colaborativos’; confira


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