Falando de chuva, X-9 fecha desfiles de SP sem água e com menos público
Falando de chuva, X-9 fecha desfiles de SP sem água e com menos público
Com o enredo “Sambando na chuva, num pé d’água ou na garoa. Sou a X-9 numa boa”, a X-9 Paulistana, do carnavalesco André Machado, entrou no Anhembi às 6h16 para fechar os desfiles do Carnaval paulistano na madrugada deste domingo (15) com uma exaltação à chuva.
A tempestade que caiu durante o desfile da escola no ano passado serviu de inspiração para o samba, mas não deu as caras no Sambódromo este ano. Apesar de presente no enredo, nenhuma alegoria da escola trouxe água de verdade. Na comissão de frente, a água foi representada por uma coreografia com tecidos.
Em uma noite que teve Gaviões da Fiel e Vai-Vai, duas escolas fortes de torcida, a X-9 se apresentou para um sambódromo já começando a se esvaziar e com o dia amanhecendo. Ainda assim, o público remanescente acompanhou o desfile em pé, apesar do cansaço.
A escola falou da chuva usando orixás relacionados às águas, ao vento, aos trovões e ao arco-íris. Oxum, Xangô, Iansã e Oxumarê estiveram na avenida. São José também foi homenageado em uma estátua de sete metros de altura, rodeado por romeiros, um dos pontos altos do desfile.
Também foram mostradas as consequências da chuva –ou da falta dela, explorando a temática de que, ao mesmo tempo em que é necessária para a sobrevivência dos homens e dos animais, pode causar estragos, enchentes, desmoronamentos. Outros destaques do enredo foram a arca de Noé, a dança da chuva dos índios Pataxó e a seca no sertão nordestino.
O fim do desfile foi dedicado à atual crise hídrica enfrentada por São Paulo, mencionada em um carro com os dizeres “Cantareira” e “espera por uma providência divina”.
Com seus 2.800 componentes, a X-9 apostou na conscientização: uma das alegorias, ornamentada com duas toneladas de lixo, lembrou que é preciso fazer o descarte correto para evitar enchentes na cidade.
Gracyanne Barbosa reinou à frente da bateria comandada pelo mestre Adamastor, cuja fantasia se inspirou no filme “Cantando na Chuva”. O cantor Belo, marido de Gracy, foi outro destaque da agremiação, que já foi campeã do Carnaval paulistano em 1997 e 2002. Em 2014, a X-9 terminou em 11º lugar no Grupo Especial, com o enredo “Insano: Uma Viagem Pelos Confins da Imaginação”.
Ficha Técnica: X-9 Paulistana
Fundação: 12 de fevereiro de 1975
Cores oficiais: verde, vermelho e branco
Presidente: André dos Santos
Carnavalesco: André Machado
Enredo: “Sambando na chuva, num pé d’ água ou na garoa. Sou a X-9 numa boa”
Intérprete: Royce do Cavaco
Mestre de Bateria: Adamastor
Rainha de Bateria: Gracyanne Barbosa
Mestre-sala e porta-bandeira: Ruhanan Pontes e Ana Paula Sgarbi
Alas: 25
Componentes: 2.800